Instituto desenha cenários sobre impacto do coronavírus no futebol
Segundo análise do Ibracon, a pandemia também atingirá outros segmentos do esporte nacional, fazendo com que atletas e equipes a revejam suas receitas e custos
O futebol e o esporte como um todo podem ser fortemente impactados pela pandemia do COVID-19 no País. De acordo com análise feita pelo Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), a dimensão dos danos será proporcional à duração da pandemia, podendo causar pesados prejuízos a atletas e equipes.
- Avaliamos três cenários possíveis: um de curto prazo, com a quarentena durando um mês; um de médio prazo, caso se estenda até junho; e um de longo prazo, caso ultrapasse junho - explica Carlos Aragaki, coordenador da Câmara de Contadores do Ibracon.
- Dependendo do cenário, o esporte será fortemente impactado, assim como diversos setores da sociedade. Por isso, neste momento, é fundamental as equipes reverem seus planos estratégicos e orçamentos.
No futebol brasileiro, por ser o esporte mais popular e rico do Brasil, o problema é mais nítido, todavia, as dificuldades também podem ser aplicadas aos demais esportes, analisando-se as particularidades de cada modalidade.
Segundo Aragaki, no curto prazo, os clubes de futebol terão queda de receita por causa da falta de bilheteria dos jogos, royalties de produtos e nos patrocínios. Em médio prazo, as receitas serão impactadas por causa dos contratos de transmissão de jogos e pay-per-view, inclusive para os campeonatos sul-americanos. A longo prazo, o que impactará a receita será o mercado de venda de jogadores e pacotes de sócio torcedor ainda fiéis aos seus clubes.
Apesar desse cenário desfavorável para as receitas, a solução virá nas renegociações de contratos e acordos. Contudo, questões envolvendo os custos serão mais difíceis de resolver, pois envolvem renegociação de salários de atletas e impostos, por exemplo.