O mandato de Jardel, que foi afastado por 180 dias por corrupção, vem sendo conturbado desde o início. Após faltar a várias sessões no primeiro trimestre, em abril Jardel demitiu o seu chefe de gabinete, acusando-o de má-gestão. Aproveitou para exonerar 16 de seus 20 assessores, realocando pessoas de sua confiança. Em seguida, pediu licença saúde alegando depressão.
- Agora espero montar a minha equipe do jeito que eu quero, agora que tenho a liberdade que eu quero - disse Jardel.
Pouco depois, o ex-goleiro e deputado federal Danrlei, que foi parceiro do atacante no Grêmio e o principal apoiador da eleição de Jardel a divulgar nota comunicando o rompimento político e pessoal com o atual atacante:
- Não quero relacionar-me publicamente com quem conduz seu mandato e sua vida da maneira como meu ex-colega demonstrou que vai conduzir - disse em nota.
Só que o seu trabalho vinha sendo pífio. Em 11 meses, não apresentou um projeto de lei ou proposta de discussão. E o que voltou a ser manchete foi uma viagem que ele fez para Portugal e Itália com um dos assessores ao custo de R$ 37.400 para a Assembleia legislativa. No Velho Mundo Jardel visitou a Santa Casa de Lisboa, à Federação Portuguesa de Futebol, à Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência e uma feira, a Expo Milão.
Nesta segunda-feira, acusado de crimes como concussão, peculato, falsidade documental, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Jardel foi afastado do cargo de deputado estadual pelo PSD-RS, no Rio Grande do Sul, pelo Ministério Público estadual, na operação chamada "Gol Contra".
Perguntado sobre a situação de Jardel, Danrlei disse nesta segunda-feira que não esconde a tristeza.
- A gente nunca imagina que esse tipo de coisa pudesse acontecer - disse Danrlei, um dos principais nomes do PSD nacional.