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Jefferson revela ter ficado de fora da Seleção sub-20 por ser negro

Recém-aposentado dos gramados, Jefferson culpou 'uma pessoa de dentro da CBF' por ter sido escanteado antes do Mundial da categoria, realizado em 2003

Seleção Brasileira sub-20 - 2003
imagem cameraFinal feliz, mesmo com o crime racial: Jefferson foi campeão mundial sub-20 (Foto: AFP)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 16/02/2019
14:39
Atualizado em 16/02/2019
15:01

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Campeão e destaque no Mundial sub-20 em 2013, Jefferson fez uma contundente revelação ao programa Resenha, da ESPN Brasil, transmitido na noite da última sexta-feira. O ex-goleiro, aposentado recentemente, contou que chegou a ficar de fora de convocações à época por ser negro. 

- Eu tinha a oportunidade de disputar o Sul-Americano e o Pan-Americano pela (Seleção Brasileira) sub-20, na época peguei o Valinhos como treinador, me ajudou muito. No Mundial peguei o (Marcos) Paquetá, que também é um cara que sempre gostou do meu futebol. Na convocação para a sub-20, estava praticamente decretada quem seriam os goleiros: eu, Fernando Henrique (Fluminense) e Fabiano (Internacional). Quando saiu a convocação para a sub-20,na época ia ser em janeiro, eu estava certo que meu nome estava lá e, para minha surpresa, quando vi no jornal a convocação, meu nome não estava lá. Fiquei muito chateado, pensei "poxa, o que aconteceu? Um mês atrás estava tudo certo". O pessoal viajou para o Mundial nos Emirados Árabes, mas na época em que eles foram, na fase de treinamentos, estavam tendo guerras (Iraque), ficaram duas semanas lá e cancelou o campeonato, que passou para o final de 2003 - comentou Jefferson, completando:

- Eu estava no banco do Max no Botafogo, na Série B, faltando um mês para a convocação eu nem estava esperando, então recebi uma ligação: "E aí, está preparado para voltar à Seleção? A gente ia te convocar lá atrás, só que a gente foi barrado, porque não poderia convocar goleiro negro.

- Tinha uma pessoa (dentro da CBF) que falou que não poderia convocar. Essa pessoa saiu e agora podemos fazer o que quisermos fazer - finalizou o goleiro, sem identificar o responsável pelo criminoso ato de racismo.

No Mundial da categoria, comandado por Marcos Paquetá, Jefferson tornou-se titular ao longo da campanha, uma vez que Fernando Henrique foi quem iniciou o torneio entre os 11. A final foi vencida após vitória da Seleção Brasileira diante da Espanha, por 1 a 0, com gol de Fernandinho (então no Athletico e, hoje, no Manchester City).

Por falar em Paquetá, Jefferson voltou a trabalhar com o treinador nos meses finais de sua carreira - e de Botafogo. Ao todo, pelo clube carioca, Jefferson entrou em campo 459 vezes, o que o deixa como o terceiro jogador que mais vezes vestiu a camisa do Glorioso - só ficando atrás de Nilton Santos (721 jogos) e Garrincha (612). Anda conquistou três Cariocas e uma Série B do Brasileiro.

Em relação à Seleção Brasileira principal, Jefferson chegou a ir à Copa do Mundo de 2014 e, em outubro do mesmo ano, defendeu um pênalti de Messi pelo Superclássico das Américas. Deixou de ser convocado ainda na segunda "Era Dunga". 

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