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Luiz Gomes: ‘A regra das 5 substituições não deveria ser temporária, mas definitiva’

Ganham os treinadores que passam a ter mais opções, ganham os jogadores que têm sua condição física preservada e o público com a possibilidade de mais variações táticas

Substiuições - FIFA
Novidade vai ser colocada em prática ainda neste ano (Foto: AFP)

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A decisão da International Board, acatada pela CBF, de permitir a substituição de até cinco jogadores por equipe em cada partida vai valer nas competições realizadas até o final de 2020, com o objetivo declarado de preservar o “bem estar dos jogadores”. Faz todo sentido, é uma ótima medida. Tão boa, e mais do que isso, necessária, que poderia não ser apenas provisória, mas tornar-se definitiva, independentemente dos efeitos da pandemia.

A discussão sobre isso não é nova. Há muito o aumento do número de substituições vem sendo defendido por estudiosos do futebol e outros nem tão entendidos são assim. O fato é que ninguém tem nada a perder com a mudança da regra. Ganham os treinadores que passam a ter mais opções de mudar o jeito do time jogar para manter ou reverter um resultado, ganham os jogadores que têm sua condição física preservada quando preciso e ganha, principalmente, o público que com a possibilidade de mais variações táticas pode assistir a um espetáculo mais dinâmico.

A substituição é uma regra relativamente nova em um esporte que teve suas primeiras leis implementadas na Inglaterra, em 1863, a mais de 150 anos portanto. Foi só em 1958 que uma substituição passou a ser permitida durante os jogos, assim mesmo de uma maneira bem restrita, apenas em caso de contusão de um jogador. Apenas em 1970, na Copa do Mundo do México, ano do tricampeonato da seleção, as substituições decididas pelos treinadores por razões técnicas ou táticas foram oficializadas pela Fifa e passaram a ser autorizadas. Foi uma Copa inovadora, aliás, já que também o uso dos cartões amarelo e vermelho começou nos gramados mexicanos, facilitando a comunicação dos árbitros com os jogadores, vencendo a barreira do idioma.

Um curiosidade: o russo Viktor Serebrjanikov, meio-campo da então União Soviética, foi o primeiro jogador da história a ser substituído sem ter se contundido em uma partida: ele saiu para a entrada de Anatoliy Puzach, no jogo de abertura da Copa, no lendário estádio Azteca quando os soviéticos empataram em 0 a 0 com os donos da casa.

Mas voltando às regras.

Os velhinhos da International Board sempre foram bem lentos mesmo ao tomar suas decisões. Isso é histórico. O futebol, ao longo dos anos, em que pese ser disparadamente o esporte mais popular do planeta, vem andando a reboque de outras modalidades mais ágeis na adoção de novas regras e práticas que visam dinamizar os jogos. O uso da tecnologia talvez seja o maior exemplo disso. A relutância foi grande, anos de discussão, antes de colocar o chip na bola (o que hoje ainda é raro) e na autorização do uso do VAR já empregado largamente em esportes como o vôlei, o tênis e o polo aquático. E ainda hoje as polêmicas persistem, com alguma resistência e diferentes protocolos de utilização do sistema de país para país, da Conmebol para a Uefa, e assim por diante.

Há, atualmente, outras mudanças na pauta da Fifa. Em março, antes portanto do coronavírus parar o mundo, uma reunião na Holanda decidiu o início dos testes de cinco alterações nas regras do jogo, já na temporada 2020/21. Uma delas, inclusive, exatamente o fim do limite de substituições por equipe. As outras são a cobrança de lateral com os pés e não mais com as mãos; a permissão de que um jogador dê o segundo toque na bola depois bater uma falta (o chamado dois-toques, hoje proibido); a contagem do tempo de jogo só quando a bola estiver rolando e a suspensão temporária de jogadores durante a partida, como acontece no basquete por exemplo.

São alterações bem-vindas, como tudo o que visa modernizar o esporte e tornar o futebol mais dinâmico.

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