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Melhores da Copinha, Gerson e Pedrinho desabafam após conquista

Goleiro do Batatais e atacante do Corinthians dividiram prêmio oferecido pela Federação Paulista de Futebol. Em comum, eles refletiram sobre os caminhos que os levaram até aqui

Pedrinho, de costas, comemora gol de Marquinhos
LUIS MOURA

Escrito por

A Federação Paulista de Futebol abriu votação para saber quem foi o melhor jogador da Copa São Paulo de Futebol Junior e o resultado surpreendeu. Não pelos nomes, mas por serem dois vencedores. Pedrinho, do Corinthians, e Gerson, do Batatais, ficaram empatados na eleição e dividem o prêmio da FPF. Em comum também, ambos desabafaram após suas conquistas.

Cotado para subir para o profissional ainda neste início de temporada, foi o jogador mais regular da conquista corintiana. Com bela assistência na decisão, o jovem atleta comemorou o título, e agradeceu àqueles que fizeram partida de sua sofrida caminhada até aqui.

- Só quem esteve comigo, sabe a dificuldade que eu passei na vida, o sofrimento que foi para se firmar em um clube, graças aos meus pais, minha família inteira e meus amigos de verdade, estavam juntos nos momentos mais difíceis e Deus mais uma vez me honrou, me colocou em um grande clube, para estar vivendo esse momento único - afirmou.

A expectativa para fazer parte do grupo principal do Corinthians não é pequena e ela se tornou possível desde antes da Copinha começar, mas Pedrinho tem cautela e prefere agradecer, por enquanto, o título.

- No final do ano passado eles me chamaram junto com o Vitinho para poder dar um suplemento melhor, academia, melhorar nosso condicionamento físico, e graças a Deus fico feliz e espero que quem for subir, possa representar bem o profissional, e agradecer a Deus por tudo, por essa oportunidade, por esse momento maravilhoso - ressaltou.

Dividindo o prêmio com Pedrinho, está Gérson, ou Gersinho, herói do Batatais nas quartas de final da Copinha e dono de uma história de vida incrível, que só poderia ter final feliz, independentemente do resultado final.

- Pelo amor de Deus, para um cara que tinha parado de jogar bola e está saindo como o melhor da Copa São Paulo, não tem jeito de não ficar feliz. É muita alegria, agradeço minha irmã lá em cima, que sem ela nada disso teria acontecido. Mesmo com o vice-campeonato eu me sinto campeão, por tudo o que a gente passou, estar chegando em uma final de Copa São Paulo, e levantando esse troféu, não tem palavras, não tem dinheiro que pague - comentou.

A irmã de Gerson, Emmanuelle, morreu em um acidente de carro em 2015, tragédia que deixou a família inconsolável. O goleiro, inclusive, chegou a abandonar o futebol, mas voltou para disputar a Copa São Paulo pelo Batatais. Se a vitória não veio dentro de campo, na vida ele já teve sua gratificação.

- Queria falar uma outra coisa também, antigamente eu via minha mãe chorando em uma cama, dizendo que queria se matar, hoje eu chego ali no alambrado e ela igual louca com um sorriso de orelha a orelha. Deixa o primeiro lugar para lá, para mim esse é o primeiro lugar da vida: a família. Troféu, medalha, é bom, é bem legal ganhar, mas não é mais importante do que o sorriso de uma mãe - declarou.

Sobre o seu futuro como profissional, ele deixa por conta do destino, sem pressa ou desespero para definir.

- Vida que segue, vamos ver o que Deus preparou para mim, entrego tudo nas mãos dele, ele sabe o que faz, se for pra continuar, vamos continuar, se for para parar de novo, nós paramos de novo, vamos levando a vida, passo a passo a gente chega onde a gente quer - finalizou.

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