O clássico desta quinta-feira pelo Carioca, no Maracanã, marca uma nova era para o Clássico da Amizade. Será a primeira vez que Vasco e Botafogo irão se enfrentar após se tornarem SAFs. Ambos são geridos por grupos norte-americanos, o Cruz-Maltino pela 777 Partners, enquanto o Glorioso é administrado pela Eagle Holding. Apesar do modelo de negócio ser idêntico, cada gestão tem a sua particularidade.
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A começar pela porcentagem de ações adquiridas por cada grupo. A 777 Partners comprou 70% da SAF do Vasco por R$ 700 milhões, que serão investidos até 2025, além de assumir o pagamento da dívida em até R$ 700 milhões. Já Eagle Holding se comprometeu a investir R$ 400 milhões e assumiu a dívida de R$ 800 milhões.
Além da questão financeira, o perfil dos investidores também é bastante diferente. Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners, é muito reservado e praticamente não opina sobre as estratégias do Vasco. Isso fica a cargo da 777 Football Group, braço esportivo do grupo que tem o CEO Don Dransfield como líder. As decisões passam sempre por um colegiado, que conta também com o diretor esportivo Johannes Spors antes de chegar ao Cruz-Maltino, que tem o CEO Luiz Mello e o diretor de futebol Paulo Bracks.
Já John Textor é a personificação da SAF. As decisões passam diretamente pelo empresário, que acompanha, mesmo de longe, o dia a dia do Botafogo, como um verdadeiro dirigente de clube. Textor também é assíduo nas redes socias e tem uma relação mais calorosa com os botafoguenses.
CONTRATAÇÕES
Por ter mais tempo, a SAF do Botafogo realizou mais contratações do que o Vasco. Ao todo foram 24 reforços em três janelas de transferências, gastando algo em torno de R$ 73 milhões. O Glorioso apostou em jogadores experientes e com maior vivência internacional. São os casos de Marçal e Tiquinho Soares. No entanto, o clube também foi ao mercado nacional, com as contratações de Victor Cuesta, Tchê Tchê e Patrick de Paula, que custou 6 milhões de euros (R$ 33 milhões na cotação da época), maior investimento feito até o momento.
Primeira janela
Philipe Sampaio, Lucas Piazon, Saravia, Patrick de Paula, Luís Oyama, Victor Sá, Victor Cuesta, Niko Hämäläinen, Gustavo Sauer, Lucas Fernandes e Tchê Tchê
Segunda janela
Marçal, Eduardo, Luis Henrique, Adryelson, Gabriel Pires, Danilo Barbosa, Jacob Montes, Tiquinho Soares, Júnior Santos e Lucas Perri
Terceira janela
Marlon Freitas, Carlos Alberto e Segovia
A 777 Partners assumiu o comando do futebol do Vasco em setembro do ano passado e vive a sua primeira janela de transferências. O Cruz-Maltino contratou bem menos que o Botafogo, mas gastou muito mais. Ao todo 11 reforços chegaram, custando ao clube cerca de R$ 108,5 milhões. O mercado nacional foi o mais acionado, com as contratações de Pedro Raul, De Lucca, Léo, Lucas Piton e Jair. No entanto, os jogadores dos países vizinhos também chamam a atenção.
Do Uruguai chegou Puma Rodríguez, enquanto da Argentina vieram Orellano, maior investimento até o momento, custando 4 milhões de dólares (R$ 20,7 milhões), e Capasso, que ainda não foi anunciado oficialmente como reforço. Da Europa vieram Robson e os goleiros Ivan e Léo Jardim.
VENDAS
Apesar do poderio financeiro, Vasco e Botafogo não conseguiram manter suas joias para a atual temporada. O Cruz-Maltino negociou o volante Andrey Santos, de 18 anos, para o Chelsea. O clube não divulgou os valores da venda, mas estima-se que possa chegar a 23 milhões de euros (R$ 125,5 milhões na cotação do anúncio)
A venda do atacante Jeffinho para o Lyon foi tema de polêmica no Botafogo, já que o clube francês também pertence ao empresário John Textor. A negociação foi fechada por 10 milhões de euros, podendo chegar a 12,5 milhões de euros (R$ 69,2 milhões). Por ter 60% dos direitos do jogador, o Glorioso recebeu 7,5 milhões (R$ 41,5 milhões). O restante pertence ao Resende, clube que o revelou.