Neto de Garrincha foi responsável por ‘descobrir’ destaques de Botafogo e Vasco
Scout tem projeto social que ajuda mais de 1500 crianças
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O atacante Matheus Martins vive boa fase no Botafogo e tem sido essencial para os resultados positivos nos últimos jogos. O jogador marcou duas vezes na goleada de 4 a 1 em cima do Flamengo, pelo Brasileirão, e teve boa atuação na partida contra o Palmeiras, pela Libertadores. Esse é um dos cases de sucesso de Luiz Bastos, neto de Garrincha e olheiro de jovens talentos do futebol brasileiro.
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Em exclusiva ao Lance!, o scout de 39 anos falou sobre o processo de descoberta dos atletas em potencial, novas promessas dos clubes brasileiros e sobre seu projeto social que auxilia jovens das comunidades do Rio de Janeiro.
– Trabalho com Cacá Ferrari (agente) há 12 anos. Desde o momento, ele me viu com esse potencial e me chamou para fazer parte do time. Comecei em busca de novos atletas, de atletas jovens. Meu primeiro atleta, foi até o Matheus (Martins), que hoje, vem obtendo bastante sucesso no Botafogo. Comecei com ele com 12 para 13 anos. Mas, na época, o Cacá ainda não trabalhava com novos talentos. Então, foi onde eu cheguei e fiz contato com outro grande amigo, que é o Dudu, o Eduardo Batista, da Brazil Football. E nós começamos uma parceria junto com a família do Matheus, dando suporte, uma relação que já dura que dura 10 anos.
O meio-campista JP, joia do Vasco, também é uma das principais descobertas de Luiz, que começou desde muito jovem. Por ser neto de Garrincha, o scout revela que tem boa entrada nos clubes, e muitos atletas de base agenciados.
– Por ser neto também do Garrincha, eu tenho essa facilidade de entrada dentro dos clubes. A cada ano que passa, fica um pouco mais difícil você trabalhar com pouca idade. Hoje em dia você tem um menino de 10 anos, que de repente você já tem um custo de 5 a 10 mil reais. Eu tenho alguns atletas em parceria com o Dudu, que é o Luis Guilherme do Cruzeiro, que é Seleção Sub-15, um atleta que é top. Tem o Antônio Miguel, sub-12 do América-MG e o João Villar, do Flamengo sub-14.
– Eu procuro passar para a família que não é o Luiz que vai fazer os meninos chegarem. O Luiz só está aqui para ajudar. Há um caminho que eles possam diminuir essa pegada, essa rotina que é bem dura. Todos eles acabam virando, digamos assim, um filho. Pelo contato, pelo tempo. É muito gostoso estar trabalhando junto com eles e acompanhando desde muito novos.
Luiz não chegou a conhecer seu avô Garrincha, mas afirmou que tentou a carreira como jogador, que nao foi para frente. A vontade sempre foi trabalhar com o futebool.
– O futebol vem de sangue, né? Eu tentei jogar, não obtive sucesso como jogador. Então a paixão pelo futebol, ela fica e você quer fazer alguma coisa. Com minha aproximação com o Cacá, aprendi algumas coisas assim, a forma de se portar, a forma de lidar com os negócios e tal. Sempre quis trabalhar com o futebol de alguma forma. Me alegro muito, também, de ser um colaborador do Ivan Rocha, ex-jogador do São Paulo
O scout falou sobre sua meta de carreira como scout. Para ele, o grande sonho é ver seus jogadores defendendo a Seleção Brasileira principal.
– É a seleção principal. O meu sonho é ver um deles lá. Porque na base eu já vi. O Matheus vem desde 15 anos na seleção de base. João (JP) já está na seleção de base. Mas eu acho que a ficha do Luiz vai cair quando acontecer. E eu acho que não sei fazer outra coisa sem ser isso.
Projeto Fundação Mané Garrincha
Luiz Bastos é um dos idealizadores de um projeto social que leva o nome do ídolo brasileiro. A ação ajuda em torno de 1.500 crianças, que participam de atividades de diversas modalidades esportivas, bem como aulas de música, informática e dança.
– Eu morei há alguns anos na Penha, que é cercada de comunidades, com muitas crianças carentes. Eu pensei o porquê não ajudar essas crianças. Infelizmente, para elas, o seu ídolo é o cara que está com uma arma na mão. Ela cresce vendo aquilo ali, e aquilo ali acaba se tornando um sonho. Então montei um projeto para atender essas crianças. Para chegar e mostrar que elas pode sim, ter um sonho diferente, podem sim sair da comunidade e vencer como jogador, como advogado, como repórter ou como fisioterapeuta.
– A CBF fornece ali colete, bola, coisas para os meninos treinarem. Botafogo também ajuda. Eu levei uma galera da Vila Cruzeiro uma vez no Museu da CBF. Acho que foi muito louco para eles. Eles nunca tinham saído de dentro da comunidade e não tinham visto outra história. Então, eu conversei com o pessoal da CBF, o pessoal da CBF, na mesma hora. Eles me atenderam.
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