menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!
logo lance!

Acesse sua conta para ter acesso a conteúdos exclusivos e personalizados!

Papo com Beto: ‘O mundo do futebol brasileiro após o pico da pandemia’

É impossivel cravar quando a temporada recomeçará. Terá de existir criatividade para remontar torneios. E há a chance de ouro para nossa adequação ao calendário mundial

Reunião do conselho técnico da série A 2020
imagem cameraChance de ouro para a CBF adequar o calendário do futBR ao da Europa  (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Avatar
Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/04/2020
15:06
Atualizado em 20/04/2020
15:57

  • Matéria
  • Mais Notícias

A pandemia não é eterna. Vai seguir por algum tempo e, quando ocorrer a retomada esportiva, tudo terá de ser feito de forma paulatina. Isso significará uma pré-temporada curta para todos os esportes e, no caso do nosso futebol, provavelmente as partidas iniciais serão jogadas  sem público e com pouquíssimos profissionais da imprensa - os responsáveis pela geração de imagens das TVs, todos  testados antes e após os eventos, como vem sendo estudado pelas federações da Europa e também nos esportes americanos ( a NBA, aliás, vem sendo uma espécie de referência esportiva. Quando ela definiu a suspensão dos jogos, alavancou a atenção mundial. Na sua cola, os organizadores de várias outras competições cancelaram eventos de forma geométrica. Por isso, fico de olho no que ocorre por lá).

Mas a realidade é que nada vai acontecer num estalar de dedos. Haverá várias fases de involução da pandemia - a começar por 14 dias seguidos de queda de mortalidade e de novos infectados - até que a política de isolamento comece a ser atenuada. Então, só depois de pelo menos duas semanas de redução no número de casos, poderá se cogitar uma intertemporada de preparação e aí, com o consentimento de todas as partes - esportivas, de saúde e governamentais - a chance de jogos com portões fechados.

Tomemos por base a China, país onde os primeiros casos da Covid-19 foram registrados no finzinho de 2019. Em 11 de fevereiro a China tinha o número de casos que o Brasil tem hoje. Lá, os números aos poucos foram arrefecendo, mas somente na semana passada alguma normalidade pôde ser retomada por lá. Competição esportiva? Nada até maio.

No Brasil, o pico ainda está longe de ser atingido, dizem que será em junho. Isso significa que se começar a cair a partir da segunda quinzena, coloque aí julho inteiro para a confirmação da queda e, aí, em agosto, talvez tenhamos uma certa normalidade, com as empresas abertas, gente nas ruas e os atletas começando a preparar-se para a volta às atividades (com portões fechados).

Isso dito, vamos bater num problema para o calendário do nosso futebol. Com a bola rolando talvez em agosto (um meio termo - nem tão otimista como quem imagina o retorno em junho, nem pessimista como quem prevê a volta em outubro), temos a situação dos Estaduais e do Campeonato Brasileiro.

O caso dos Estaduais é complicado. Não teríamos datas, forçando a barra, mais uma ou das . Há certamente dezenas de estudos nas federações, mas tudo depende de uma retomada quase imediata das atividades, o que não é viável. É necessário escolher a circunstância mais justa – ou menos injusta. Foi assim que fizeram os clubes escoceses. Por votação muito apertada, eles vão dar o campeonato por encerrado com os pontos atuais, antes da interrupção-Covid. Claro que o vice-líder Rangers - que não ganha um campeonato desde o início da década - torce o nariz ao ver o Celtic novamente com o título e o Hearts (quatro pontos atrás do penúltimo colocado)  não queria ser rebaixado. Mas paciência, foi o menos danoso.

Quem lê pode falar: "Estadual não é ponto corrido, não vale essa". Sim, mas aí há uma questão de ver o que é o tal do menos injusto.

No Carioca, o Flamengo ganhou o turno e o Flu é o time com mais pontos. Que se faça um jogo entre eles.

Na Paulista, que se considera os campeões de grupos, um jogo semifinal (AxB, CxD ) e uma final.

O Mineiro tem a sua primeira fase em pontos corridos e só faltam duas rodadas para terminar a fase, vai até o fim e termina sem os mata-matas dando o caneco ao primeiro colocado (hoje o América).

O que digo acima são meros pitacos. Opções, tal e qual, vocês, amigos lancenautas, têm e podem ser bem diferentes das minhas. Esta decisão cabe aos clubes e federações, que precisariam rasgar (de comum acordo) o regulamento, fazer uma votação das propostas e aquela com maior aceitação seja ratificada por todos. Mas o importante é que a questão dos Estaduais não tranque a pauta (para usar o termo político) para a matéria principal: o Campeonato Brasileiro.

Relembremos: estamos falando de jogos voltando em setembro. Há na mesa várias ideias, até a competição ser em mata-mata. Esbarra na TV, que conta com 38 rodadas e paga fortuna para isso. Aqui eu não vejo alternativa melhor do que a CBF e os clubes fazerem a coisa que seria a mais acertada deste século: ADEQUAR O CALENDÁRIO BRASILEIRO AO EUROPEU. Começa em setembro, jogam-se todas as rodadas e termina em maio junto com as competições do Velho Mundo. Seria a jogada perfeita nestes tempos de pandemia. Vai ter algum prejuízo aos clubes? Se tiver, será o menor. E ainda nos recolocaria com as mesmas datas dos campeonatos mais relevantes,  desmontaria um puco menos os elencos no meio da temporada. 

Mais lidas

Newsletter do Lance!

Fique por dentro dos esportes e do seu time do coração com apenas 1 minuto de leitura!

O melhor do esporte na sua manhã!
  • Matéria
  • Mais Notícias