Para Andrés, é normal clube atrasar salário: ‘Qual é problema de 20 dias?’
Candidato a presidente do Corinthians e deputado federal afirmou que até o Barcelona está com salários atrasados e discorda que qualquer problema gere punição aos clubes
Candidato a presidente do Corinthians e deputado federal, Andrés Sanchez participou nesta segunda-feira do Congresso Brasileiro de Direito Desportivo, realizado com apoio da Federação Paulista de Futebol na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na Universidade de São Paulo. E o dirigente chamou atenção ao minimizar o atraso salarial.
- No mundo, todos atrasam salários. O Barcelona está com salário atrasado neste mês, e ninguém fala nada. O Porto, nem se fala... Não posso cair para a segunda divisão porque atrasei 15, 20 dias de salário para fluxo de caixa. Qual é o problema disso? Não digo que tem de atrasar salários, mas não posso ser punido por atraso de 15 dias. Se passar mais de dois meses, aí, sim, tem de ser rebaixado direto - disse Andrés, posicionado ao lado dos ex-jogadores Raí e Mauro Silva e de Paulo André, zagueiro do Atlético-PR.
Em uma participação na qual teve de rebater posicionamentos de Mauro Silva e Paulo André, Andrés, que pode voltar a presidir o Timão, ressaltou que os atletas vão à Justiça com pedidos que não cabem à classe. E, segundo ele, causam mais problema aos clubes do que qualquer imposto.
- O problema dos clubes não é imposto, é processo trabalhista. Jogador de futebol é CLT e pede adicional noturno e tudo. Na CLT, você tem até dois anos para pagar férias, mas, no futebol, jogador quer tudo no fim do ano, senão processa. Não dá pra ser CLT atleta de alto rendimento que ganha mais de R$ 20 mil por mês, e também merece proporcionalidade para aposentadoria quando fizer uns 20 anos de carreira - defendeu.
Questionado diversas vezes sobre sua representatividade como deputado, Andrés Sanchez lembrou que é presidente da Comissão do Projeto de Lei Geral do Futebol. E ressaltou sua decepção com a função, questionando, principalmente, os trâmites burocráticos para que ações sejam realizadas efetivamente.
- No Congresso, desisto. Estamos há dois anos e meio tentando fazer a Lei do Futebol, e vem o Governo com um projeto de lei. Esses dois anos e meio não valeram nada. Estou decepcionado como parlamentar. Se não mudarmos a estrutura política, não adianta nem o Papa Francisco ser Presidente da República, porque fica tudo na mão de sete, oito que decidem tudo no Congresso.