Pleno do STJD pela primeira vez tem uma mulher. O que isso representa?
Arlete Mesquita tomou posse nesta quinta-feira e quebra um tabu
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Faz tempo que as mulheres estão inseridas no contexto do poder judiciário, exercendo todas as funções possíveis. Até a Suprema Corte nacional, o STF, já teve presidente mulher. Mas quando se fala na instância máxima da Justiça Desportiva do futebol, o tabu da presença feminina só foi quebrado nesta quinta-feira, quando Arlete Mesquita tomou posse como auditora do Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O STJD é um ambiente majoritariamente masculino, apesar disso, há presença de mulheres nas comissões disciplinares (na atual composição, Sônia Andreotti e Michelle Ramalho), na procuradoria e, principalmente, no quadro de advogados que defendem clubes, jogadores, árbitros e federações. Mas o Pleno, até a posse de quinta, ainda era um terreno não desbravado.
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Arlete Mesquita foi uma das duas indicações da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) para o Pleno. A outra foi Décio Neuhaus, que já estava no órgão. Ao ser anunciada na cerimônia de posse no STJD, foi aplaudida em pé.
- Inicialmente, recebi com muita alegria. No segundo momento, com preocupação por ser a primeira mulher. O futebol é uma paixão dos brasileiros e estou confiante de que vai ser possível fazer um bom trabalho. Estou motivada com essa indicação - disse ela, advogada trabalhista dos atletas, ao LANCE!.
E não venham dizer que ela não entende de direito desportivo.
- Apaixonados pelo futebol somos todos. Vivo o futebol brasileiro há mais de 20 anos, participei da criação do Sindicato dos Jogadores de Goiás. E integrei por três anos o TJD-GO - disse Arlete, no discurso de posse, que já está acostumada a ser notada como pioneira, sem ser discriminada:
- Por enquanto, tenho vindo sempre como novidade. Fui a primeira mulher a fazer sustentação oral no TJD-GO, passei a integrá-lo por três anos e meio. Não sofri qualquer tipo de discriminação ou qualquer outra forma de ataque ao meu trabalho.
Mas, apesar de ter a sensibilidade feminina, não espere um amolecimento nos julgamentos dos processos na instância máxima do futebol.
- Acho que nós, homens e mulheres, julgamos da mesma forma. Mas as mulheres têm uma sensibilidade maior em determinados assuntos. Só que cada tema precisa ser tratado especificamente de acordo com os processos. Minha preocupação é zelar pelo esporte, fazer cumprir a legislação para termos um futebol de mais qualidade, com mais pessoas envolvidas - finalizou.
NOVA COMPOSIÇÃO DO PLENO DO STJD
Anaf - Ronaldo Piacente (presidente - SP)
CBF - Paulo Salomao Filho (vice-presidente - RJ)
CBF - Mauro Marcelo de Lima (SP)
Fenapaf - Decio Neuhaus (RS)
Fenapaf - Arlete Mesquita (GO)
Clubes - José Perdiz (DF)
Clubes - João Bosco Luz (GO)
OAB - Otávio Noronha (MG)
OAB - Antônio Vanderler (RJ)
Procurador-geral: Felipe Bevilacqua (RJ)
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