Pré-temporada: uma das diferenças entre o futebol no Brasil e na Europa
Especialistas analisam as diferenças no cenário nacional e internacional

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Calendário com mais jogos é uma das críticas de jogadores brasileiros A temporada do futebol brasileiro está chegando ao fim. As férias dos jogadores, entre dezembro de janeiro, antecipam um período complicado para a maioria dos atletas. Muitos deles, aliás, mantém a forma física utilizando estação de musculação em suas casas ou academias particulares para o início do calendário esportivo.
No Brasil, o calendário de 2020 vai começar em 19 de janeiro, com a Supercopa, que marca o duelo entre o campeão da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Os estaduais começarão no dia 22 de janeiro. Com isso, os clubes terão entre os dias 7 e 20 de janeiro para realizar a pré-temporada. São 13 dias para recondicionar o físico e entrosar o time. O período, é
claro, suscita críticas de especialistas.
Já no futebol europeu, as equipes têm, em geral, em torno de três meses para se preparar para a temporada, sem contar a quantidade menor de jogos. Lá, por exemplo, não existem as competições estaduais. Ao longo de dois ou três meses, as equipes têm condições de fazer uma real preparação, em todos os quesitos que envolvem o jogo, desde a parte técnica até a física.
Segundo Luis Felipe Chateubriand, estudioso do calendário do futebol brasileiro, é preciso melhorar a distribuição de datas ao longo da temporada. Uma das estratégias seria adotar o calendário europeu, onde não há, por exemplo, a parada para competições de seleções – haja vista que estas já coincidem com as férias e a pré-temporada. Com isso, existem mais datas à disposição. Para Marcelo Rohling, preparador físico do Ceará, que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro, a pré-temporada "é o período mais importante para o futebol, em específico, para a preparação física. É o momento em que podemos trabalhar com mais intensidade, pois não tem jogo e não precisamos ficar recuperando e regenerando atleta. A gente pode aplicar mais cargas e propiciar trabalhos de condicionamento gradativo aos jogadores".
- A gente sabe que nas férias os atletas acabam dando uma relaxada, o que é normal após um período intenso de competições. Alguns acabam voltando um pouco acima do peso, outros perdem mais força e uns menos. Aí que vem a importância da equipe multidisciplinar trabalhando junto com a preparação física e técnica, levantando dados e números para que a gente possa conhecer melhor o perfil de cada jogador e, assim, prescrever atividades de acordo com o que foi levantado - completa.
Enquanto o calendário brasileiro não muda, é preciso que clubes e jogadores estejam preparado para retornar em alto nível às competições. Ainda que nem todos os clubes brasileiro tenham à disposição as técnicas e aparelhos necessários, é possível buscar a melhor forma física com dados simples.
- Medidas de marcadores de dano muscular, avaliações da aptidão física e do comportamento dos padrões enzimáticos e metabólicos podem ser utilizados com o intuito de evitar a execução de esforços exagerados - argumenta Cesar Cavinato, mestre em Biodinâmica do Movimento Humano pela Universidade de São Paulo e especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo pela Unifesp.
Uma delas é a frequência cardíaca.
- A frequência cardíaca (FC), por exemplo, além de ser estudada desde a década de 50 e possuir um padrão comportamental pré-estabelecido para diferentes tarefas, é uma das variáveis fisiológicas mais simples e baratas de se obter e pode ser utilizada para este fim - completa.
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