Reunião de clubes e CBF sobre arbitragem tem cobrança sobre o VAR e desabafo

Cartolas de clubes e federações se reuniram por mais de duas horas na sede da CBF no fim da tarde desta sexta-feira, 23, para debater a arbitragem brasileira. Os dirigentes levaram suas reclamações à Comissão de Arbitragem, sobretudo sobre a atuação do VAR nos jogos pelo país. Ouviram a promessa de melhorias, a admissão de problemas no apito e também um desabafo.

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- A Comissão de Arbitragem fez, num primeiro momento, um desabafo, uma humanização [dos árbitros]. Eles disseram que são pessoas que erram e acertam, que eles têm sentimentos, que eles sentem quando erram também - contou Alexandre Mattos, que é diretor de futebol do Cruzeiro.

- Por parte dos dirigentes, o presidente Ednaldo [Rodrigues] foi até bastante firme nas suas colocações, de cobrança, de exigir que tenhamos uma arbitragem cada vez melhor. E os clubes, cada um colocou o seu ponto de vista, mas de maneira bem uniforme sobre as condições de utilização excessiva do VAR, e a falta de profissionalização, que a gente entende que seja um caminho - acrescentou Mattos.

Junto com um pedido para uma padronização nas decisões de campo, o VAR acabou sendo o principal foco de reclamação dos cartolas.

- A própria CBF cobrou a Comissão de Arbitragem na nossa frente, que está sendo muito sistemático a questão do VAR. Ele é muito usado, alguém até usou um termo ‘VAR detetive’, porque parece que fica caçando problema - exemplificou o dirigente do Cruzeiro.

- Há uma reclamação, uma tendência de todos, de saber que o VAR é importante e o VAR ajuda, mas ficar insistindo que o VAR intervenha não é uma coisa boa para o nosso futebol - ponderou.

No início da tarde, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, reconheceu o mau momento da arbitragem brasileira.

- Quem acompanha os jogos sabe: têm ocasiões em que os árbitros aplicam um critério, e dois ou três jogos (depois) aquele mesmo árbitro modifica, quando as regras são as mesmas. Essas questões têm que ser realmente discutidas - sustentou Ednaldo. - A padronização tem que ser realmente discutida e aplicada.

Apesar disso, o presidente da CBF assegurou a permanência de Wilson Seneme à frente da Comissão de Arbitragem.

- Se fosse assim, a gente já tinha trocado dez vezes, porque está tendo erros sempre. Isso é notório, e eu não sou de meia palavras; a gente acompanha e sabe. O Seneme sabe, ele também às vezes está insatisfeito.