O novo secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro é contra a volta imediata dos treinos de futebol. Há menos de uma semana no cargo, Fernando Ferry tem uma opinião contrária a do governador, Wilson Witzel, que defende que a responsabilidade do retorno às atividades recaia sobre os clubes. O secretário compartilha da posição do governo municipal da capital fluminense de não liberar os treinamentos presenciais.
– A comissão técnica da prefeitura, formada por vários médicos, da qual faço parte, aconselhou o prefeito a não liberar os treinamentos por enquanto. A curva está mudando, temos que esperar para ver o que acontece. A situação deve ser avaliada semana a semana, mas por enquanto os clubes precisam esperar - afirmou Ferry, na quinta-feira, em live no perfil do vereador Felipe Michel.
Fernando Ferry substituiu Edmar Santos, afastado do cargo após desgaste com denúncias de fraudes em compras de equipamento médico e na montagem de hospitais de campanha durante a pandemia. Ele integra uma comissão técnica formada pelo prefeito do Rio Marcelo Crivella, a secretária municipal da Saúde, Ana Beatriz Busch, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, Sylvio Provenzano, os infectologistas Rafael Galliez e Celso Ramos Filho e o virologista Amilcar Tanure, todos da UFRJ.
– A Ferj mostrou plano para poder voltar aos treinos. Mas qual o problema de todo plano? Chama-se ser humano. Sempre vai ter um desgraçado que vai sair fora do planejamento. No papel é muito bonito, o problema é operacionalizar. Neste momento nós não podemos liberar o treinamento. Estão com medo dos atletas perderem sua condição física. Mas isso seria exemplo ruim. Se o futebol pode, por que a luta não pode, o judô? O teste negativo não quer dizer nada. Não é garantia - completou Ferry.
A polêmica ganhou fôlego depois que o Flamengo ignorou as determinações da prefeitura do Rio e passo a treinar no Ninho do Urubu , desde a última terça-feira.