O título paulista de 2018 segue nas mãos do Corinthians. Em sessão iniciada no fim da manhã desta quarta-feira, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) negou por unanimidade o pedido do Palmeiras para impugnar o resultado do final do Paulistão. Aos olhos dos auditores, não há prova cabal de houve uma interferência externa para que a arbitragem anulasse um pênalti de Ralf sobre Dudu.
O julgamento, que começou com atraso, iniciou com as palavras do vice-presidente do STJD, Otávio Noronha:
- Olha, eu não trago aqui nenhum fato novo, mas este caso realmente me sensibilizou. Podemos abrir um precedente muito perigoso caso seja impugnada esta decisão. Como não há prova cabal, voto pela manutenção do título. Creio que o VAR acabe com estas dúvidas.
José Perdiz de Jesus acompanhou o voto do auditor, afirmando:
- No TJD-SP, foi ouvido o árbitro, foi ouvida toda equipe de arbitragem. Não houve prova contundente de interferência externa. Este precedente é preocupante.
Em seguida, foi a vez de Ronaldo Piacente se manifestar:
- Assisti atentamente aos vídeos. Analisando as provas do Palmeiras atentamente, o que vejo? Suposições! De que alguém desceu a escada, subiu a escada. Não há qualquer prova concreta.
Mauro Marcelo de Lima e Silva foi incisivo ao dizer seu voto:
- Indícios também dão margem de alguma situação. Nuvens carregadas são indício de chuva, fumaça dá indício de fogo... Eu vi nesta imagem um indício - e, após divulgar a imagem do árbitro com a sobrancelha franzida, completou:
- Tenho impressão e a suspeita de que houve interferência externa. Mas me falta o juízo da certeza, o que me faz pender para outro lado.
Após Arlete Mesquita e Antônio Vanderler também acompanharem o relator, o presidente do STJD, Paulo César Salomão Filho, encerrou a sessão:
- Pelo rumor e pelas consequências que esta situação podia trazer, mantenho a decisão. Não há uma prova contundente que justifique a impugnação do título pedida pelo Palmeiras.
E finalizou com um apelo:
- Espero que o VAR seja implementado com urgência aqui no futebol brasileiro. Assim como em outros casos de suspeita de interferência externa, como o Fla-Flu (do Brasileirão de 2017), vamos negar o pedido de impugnação pedido pelo Palmeiras.
O Palmeiras ainda não se manifestou se recorrerá à Corte Arbitral do Esporte (CAS). O clube só pode recorrer agora em instância internacional.
ENTENDA O CASO
Palmeiras e Corinthians se enfrentavam na final do Campeonato Paulista em 8 de abril quando, após uma dividida entre Ralf e Dudu, o árbitro Marcelo Aparecido de Souza marcou pênalti a favor do Verdão. No entanto, depois de cerca de oito minutos de paralisação, o juiz conversou com os demais integrantes da arbitragem e voltou atrás.
A equipe alviverde contratou uma empresa de investigação e elaborou um pedido de impugnação da partida. O TJD-SP arquivou o inquérito e, na segunda tentativa no órgão, o Palmeiras voltou a perder, pois o prazo já havia prescrito.