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Técnico de rival do São Paulo na Copinha, Reinaldo enaltece amigo Alex e entra na luta contra o racismo

Ex-jogador comanda o Perilima, da Paraíba, que enfrenta o Tricolor neste sábado, às 21h30, em São Caetano do Sul. Reinaldo falou sobre reencontro com o São Paulo 

Reinaldo e Alex
imagem cameraReinaldo enfrentará o amigo Alex neste sábado pela Copa São Paulo de Futebol Junior (Foto: Arquivo Pessoal)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 06/01/2022
16:46
Atualizado em 07/01/2022
09:02

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O confronto entre São Paulo e Perilima-PB, pela Copa São Paulo de Futebol Junior, será especial para Reinaldo. O ex-jogador, que passou pelo São Paulo entre 2001 e 2003, comanda o clube paraibano que enfrentará o Tricolor,  dirigido por Alex. O Perilima perdeu a primeira partida para o São Caetano por 2 a 1 e busca um resultado positivo diante do Tricolor para se recuperar. 


Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Reinaldo falou sobre o reencontro com o São Paulo, sua amizade com Alex e da luta contra o racismo no futebol brasileiro. 

Expectativa do Perilima para o jogo
- A expectativa é a melhor possível. Estamos na segunda participação do Perilima na história da Copinha, então você jogar contra um gigante que é o São Paulo, serve de motivação para todo mundo, tanto da comissão técnica quanto dos atletas. Uma honra reencontrar o torcedor são-paulino, vai ser emocionante pela história que eu tenho lá. Mas agora sou profissional, então vou procurar orientar o máximo meus atletas, sabendo da dificuldade desse jogo, mas temos que estar preparados.

Pressão da torcida do São Paulo
- A torcida do São Paulo é uma torcida apaixonada. Tive o prazer de jogar um ano e meio no clube, vai ser um prazer reencontrar o torcedor são-paulino novamente. É uma torcida que faz pressão, canta o tempo todo. Mas espero que meus jogadores estejam preparados para esse momento, faz parte de mim também, preparar eles mentalmente para saber separar. A emoção é de todo mundo, todo jogador sonha com esse momento de um dia jogar contra o São Paulo e um dia quem sabe vestir a camisa do Tricolor. Isso que vou passar para eles, uma oportunidade única de jogar contra o São Paulo. Precisamos estar focados para manter nossa estratégia.

Relação com Alex
- Vai ser emocionante (reencontrar o Alex). Joguei com ele no Flamengo, o Alex é um cara que vem me ajudando muito nessa profissão. Quando ele era jogador, já tinha um perfil para ser treinador. Tenho certeza que ele vai ser um excelente treinador e será difícil esse jogo contra ele. Um aprendizado, poder reencontrar com ele, dar um abraço, conversar depois do jogo. Mas ali na partida, a gente sabe que cada um defende o seu lado. Ele tem tudo para ser um dos grandes treinadores do futebol brasileiro.

'Com certeza a gente sabe que existe (racismo no futebol). Estou muito preparado e motivado para se juntar a Roger, a Marcão, outros treinadores negros, para abrir portas do futebol ao pessoal da nossa raça'

Gol de placa de Alex contra o São Paulo
- Um dos gols mais bonitos da carreira dele eu estava presenciando (risos). Foi uma obra de arte, apesar de ser contra a minha equipe, depois que você olha na televisão, você vê como foi bonito aquele gol. O Alex era um jogador diferenciado, fazia gol de tudo quanto é jeito. Infelizmente, para nós foi contra o São Paulo naquele jogo do Morumbi. Um dos gols mais bonitos da história do futebol brasileiro.

Experiência como jogador pode ajudar como treinador
- É um pontapé inicial, mas primeiro tenho que dar um conselho para quem está começando. O cara tem que se qualificar, buscar conhecimento, estudar, ir atrás dos cursos. É extremamente diferente. Não adianta você querer ser treinador de forma empírica: 'ah, eu parei de jogar, joguei em time grande, joguei em time pequeno e vou ser treinador'. Desta forma, o cara não vai conseguir no futebol atual. Precisa buscar conhecimento, parte teórica, buscar estágios nos clubes... Aí sim, poder agregar com o tempo de carreira, dez anos, vinte anos. Aí acredito que pode ser diferencial. 

Racismo no futebol
- Com certeza a gente sabe que existe. É uma oportunidade de junto com outros treinadores negros do futebol brasileiro, quebrar esse racismo. O ideal é não ter racismo em nenhuma hipótese, de forma alguma. Acho isso muito difícil de aturar, qualquer tipo de racismo eu sou contra. Falando do futebol, eu estou muito preparado e motivado para se juntar a Roger, a Marcão, outros treinadores negros, para abrir portas do futebol ao pessoal da nossa raça.

São Paulo e Perilima se enfrentam neste sábado, às 21h30, no estádio Anacleto Campanella, pela segunda rodada do Grupo 21. 

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