Treinador diz não ter tido problemas com Ronaldinho Gaúcho

Ex-técnico do Fluminense, Enderson Moreira explica relação com o meia de 35 anos e fala sobre as dificuldades de ser treinador no Brasil

Escrito por

Desde setembro sem clube, o ex-treinador do Fluminense contou na tarde desta quarta-feira como foi sua experiência com Ronaldinho Gaúcho, nos quase três meses que trabalharam juntos no clube carioca.

- Não tenho problemas com o Ronaldo. Ele sempre foi um grande profissional e é uma pessoa humilde, apenas não encaixou. Na questão do Ronaldo, especificamente, eu achei que como jogador ele não pudesse agregar muito ao Fluminense. Era uma boa alternativa, mas com um grau de risco que pudesse não funcionar. Apesar do Ronaldo ser um grande jogador não deu liga - explicou o treinador em entrevista concedida ao SporTV.

O meia deixou o Tricolor carioca no final de setembro, sem nenhuma assistência ou gol marcados, e tendo disputado apenas nove partidas pelo Flu.

Além da questão dentro de campo, Enderson afirmou que, às vezes, a contratação de jogadores é definida por aspectos administrativos e de mercado, e não apenas pelas condições técnicas do atleta.

- Dentro de um clubes, as vezes, o dirigente talvez não tenha a confiança necessária para escutar um cara que seja da área técnica. Muitas vezes, alguns dirigentes são levados mais por indicação de empresários. Em determinados momentos alguns dirigentes acabam tomando decisões, contrariando as questões técnicas. Mas cada um tem suas atribuições e percebe o que é melhor para o seu clube - relatou.

O treinador de 44 anos, também analisou suas passagens pelo Santos, na temporada passada e pelo Atlético Paranaense, clube que dirigiu antes de ir para o Flu.

- Eu acho que o trabalho que eu fiz nos Santos de preparação e montagem de grupo foi muito positivo, o trabalho foi bem desenvolvido. Eu fui muito criticado quando levei o Marquinhos Gabriel, mas, lá a gente deu muita oportunidade aos meninos da base. A grande decepção foi o Atlético Paranaense. Começamos a disputar o 'torneio da morte', porque o time estava vivendo um momento muito ruim - afirmou.

Enderson Moreira, que confirmou ter recebido propostas tentadoras de três clubes brasileiros (não revelou quais), após seu desligamento com o Fluminense, também em setembro, reconheceu que a vida de treinador de futebol no Brasil é bastante complicada devido a tantas trocas de comando, mas disse ter enorme prazer em exercer a profissão.

- Eu tenho um prazer enorme de estar em campo, de dar treinamento, de participar dos jogos, mas também tem um lado difícil, que é o da pressão, dos resultados negativos. O treinador é muito frágil perante o sistema do futebol brasileiro. Agora está muito fácil para trocar de treinador, precisamos ter um pouco mais de segurança e estabilidade - concluiu.

Siga o Lance! no Google News