Principal organizada do Paraná Clube, a Fúria Independente não poderá aproveitar o bom momento atual de seu time, que terminou na liderança da primeira fase do Estadual. A instituição foi suspensa por um ano dos estádios de todo o Brasil.
A medida, tomada pelo Juizado Especial do Torcedor de Grandes Eventos do Poder Judiciário do Rio de Janeiro, começaria a valer no início de março, mas a torcida só foi notificada na semana passada. Em reunião na quinta-feira, dia 24, os integrantes foram avisados pela diretoria da decisão imposta.
A punição é decorrente de uma confusão, que aconteceu antes do jogo entre o Tricolor e o Botafogo, no dia 08 de setembro, válido pela Série B do Campeonato Brasileiro. A briga aconteceu quando torcedores paranistas e da Young Flu, organizada do Fluminense, caminhavam para o Estádio Nilton Santos, o Engenhão, e encontraram integrantes da Fúria Jovem, do alvinegro carioca.
A organizada, com a suspensão, fica proibida de usar materiais com o nome da torcida em todos os estádios do País, como uniforme, faixas, bandeiras e bandeirão. A torcida recorrerá da decisão e, inclusive, deverá pedir ajuda ao jurídico do Tricolor. Os cerca de 15 envolvidos da organizada na briga foram punidos por um ano também.
Confira a nota oficial da Fúria Independente:
"Informamos que a Torcida Fúria Independente foi punida em um (1) ano do comparecimento a todo e quaisquer eventos esportivos em território nacional. A medida decretada pelo Juizado Especial do Torcedor de Grandes Eventos do Poder Judiciário do Rio de Janeiro atenta contra a inocência e direito legítimo de defesa em julgamento, já que a decisão considerou um fato isolado de suposta briga ocorrida nas dependências do Estádio Nilton Santos (Engenhão), do qual a entidade não possui ciência alguma. A Torcida Fúria Independente, naquele feriado de sete de setembro, entrou com todo o ofício necessário junto às autoridades responsáveis para garantir a segurança das escoltas desde a saída de Curitiba (Paraná) até a chegada no estádio, em plena capital do Rio de Janeiro, incluindo o retorno daquela localidade.
Os integrantes da torcida foram e voltaram escoltados nos ônibus previamente fretados pela entidade. Os ofícios homologados comprovam o fato.
A decisão, no momento presente, é completamente abusiva e desproporcional, uma vez que ela vai contra os preceitos de defesa presentes na Constituição Federal de 1988. Também vai contra o direito inalienável de propriedade particular, já que a medida, sem julgamento, visa barrar a Torcida Fúria Independente de entrar com propriedades privadas – bandeiras, faixas, bateria – não apenas pelo país afora, como em sua própria casa. Propriedades estas que não atentam e nunca atentaram contra a segurança de quaisquer pessoas.
Reafirma-se ainda, através desta nota exposta, o passado idôneo da Torcida Fúria Independente, onde nos últimos dez (10) anos não houve quaisquer registro de problemas, confusões, brigas, arruaças causadas pela entidade. A Torcida Fúria Independente não participa de brigas, pois não compactua com a violência. Já são centenas de ofícios registrados junto a Polícia Militar do Paraná e a Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (DEMAFE) solicitando escoltas, esquemas de segurança e policiamento necessário para a realização dos pré e pós-jogos envolvendo a entidade.
A torcida não pode ter suas propriedades e seus integrantes punidos severamente por um crime que ela não cometeu. Por uma ação que ela não realizou e sequer teve ciência. A Torcida Fúria Independente esclarece que irá tentar reverter esta decisão dentro do campo judicial. Temos certeza que o poder judiciário do Rio de Janeiro irá reconsiderar a decisão, pelos argumentos de defesa citados pela nossa entidade.
SOMOS A FÚRIA"