Aproveitamento melhor, mas líder distante: balanço de Mano no Verdão

O Palmeiras convive com a maior distância para o líder desde o início deste Campeonato Brasileiro. Com dez pontos a menos que o Flamengo, o segundo colocado precisa de um aproveitamento alto e tropeços da equipe rubro-negra para aumentar as chances de um bicampeonato - de acordo com o matemático Tristão Garcia, a possibilidade no momento é de apenas 2%.

Apesar do afastamento para o primeiro colocado, os números com Mano Menezes não são ruins. O LANCE! fez o levantamento e comparou com as 16 primeiras rodadas, sob o comando de Luiz Felipe Scolari. Confira abaixo.

Aproveitamento:

Campeão com o Palmeiras em 2018, Felipão teve 62,5% de aproveitamento na edição de 2019: oito vitórias, seis empates e duas derrotas, sendo que até a Copa América liderava com oito triunfos e um empate. O rendimento ruim após a pausa fez com que ele fosse demitido na quinta posição, a seis pontos do Flamengo, tendo um jogo a menos.

Mano, ao chegar, conseguiu logo cinco vitórias seguidas, mas o aproveitamento total é de sete triunfos, três empates e uma derrota, com 72% dos pontos. O único revés foi para o Santos, na Vila Belmiro, em uma das piores atuações do time no Brasileiro. Depois de diminuir a distância do Fla para três pontos, o Palmeiras viu o líder abrir dez ao ganhar apenas dois dos últimos seis jogos.

Estatísticas:

Mano chegou dizendo que trabalharia para fazer o Palmeiras ter mais a posse, e isso de fato ocorreu. Se com Felipão o time trocava, em média, 260 passes por partida, com o atual comandante o número subiu para 401. A quantidade de toques errados é semelhante: 34,7 com Scolari, e 35 com Mano. Ou seja, proporcionalmente houve uma melhora no fundamento.

A melhora na posse, contudo, não gerou diferenças profundas no número de chances criadas. Muito perigoso no estilo vertical de Felipão, o Palmeiras tinha  13,86 finalizações por jogo (5,8 certas e 8,06 erradas, em média). Agora, o número é apenas um pouco melhor: 14,54 (6,45 certas e 8,09 erradas).

Média de gols:

O Palmeiras saiu da média de 1,5 gol/jogo com Scolari para 1,8 gol/jogo com Mano Menezes. O número tem muita influência da goleada por 6 a 2 sobre o CSA, já que em sete dos 11 jogos com o atual treinador o Verdão conseguiu marcar apenas uma vez.

Defensivamente, os números são parecidos, mas também dão vantagem à atual comissão técnica. Com Felipão, o Palmeiras levou 13 gols em 16 rodadas (0,81 por jogo), e durante a gestão de Mano são oito em 11 partidas (média de 0,72 por partida).

Os artilheiros:

Contratado ainda durante a gestão de Felipão, Luiz Adriano teve pouco tempo com o ex-treinador e só fez um gol, na Libertadores. Na 'era Mano', o camisa 10 é o goleador do Palmeiras com cinco gols. Willian tem 4 gols, Bruno Henrique, três, enquanto Gustavo Scarpa, Gustavo Gómez, Dudu, Thiago Santos, Deyverson e Felipe Melo marcaram um gol cada com o atual chefe.

Sob a batuta de Scolari, Dudu era o goleador do Palmeiras no Brasileiro, com cinco gols. Bruno Henrique (4), Raphael Veiga (3), Deyverson (3), Zé Rafael (2), Gustavo Gómez (2), Marcos Rocha (2), Gustavo Scarpa (1), Felipe Melo (1) e Hyoran (1) foram os outros que comemoram gols na antiga gestão.

Qual o motivo para a distância aumentar?

Apesar de todos os percalços, com eliminações, troca de comando e protestos, o Palmeiras faz em 2019 sua melhor campanha no Brasileiro por pontos corridos depois de 27 rodadas (54 pontos, assim como em 2016, quando foi campeão). Em 2018, ano em que também levantou a taça, o Verdão tinha 53 pontos neste momento.

O Flamengo, por sua vez, faz uma campanha recorde. Enquanto o Palmeiras nos últimos cinco jogos só venceu dois, empatou outros dois e perdeu um, a equipe de Jorge Jesus venceu todos. Restando 11 rodadas para o fim, ainda é possível sonhar?