Caso Daniel: relembre os principais capítulos do assassinato do jogador
Filha do assassino, Allana Brittes foi solta em agosto após habeas corpus e tia do ex-atleta afirmou que Allana 'ficou tempo demais presa'. Nesta quarta os réus serão interrogados
O assassinato do jogador Daniel - que atuava no São Bento emprestado pelo São Paulo -, em outubro do ano passado, ainda repercute e segue tendo novos capítulos sobre o caso. Nesta quarta-feira, os sete réus devem ser interrogados pela Justiça na terceira fase de audiências, no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Há poucas semanas, uma das testemunhas do caso afirmou, em entrevista, ter tentado evitar as agressões de Edison Brittes ao ex-atleta. O LANCE! relembra os principais capítulos do Caso Daniel.
Morte confirmada
No dia 28 de outubro de 2018, a assessoria de imprensa de Daniel confirmou a morte do meia. Em nota, disse que o seu corpo foi encontrado em Curitiba (PR) no dia anterior, com indícios de assassinato.
Além do São Bento, São Paulo, Botafogo, Coritiba e Ponte Preta manifestam, em suas respectivas redes sociais, o pesar pelo falecimento do jogador de 24 anos.
Dias depois, dezenas de pessoas vão ao velório do ex-jogador. No dia 29, Edison Brittes Júnior, com quem Daniel estava em uma boate em Curitiba na noite anterior ao crime, liga para dar os pêsames à família.
Assassino se entrega
Edison Brittes Junior se entrega à polícia em São José dos Pinhais (PR) e assume a autoria do assassinato. Seu argumento é de que Daniel tentou estuprar sua esposa, Cristiana. Segundo ele, a sessão de espancamento do jogador teria começado em sua casa, para onde todos foram após o aniversário de 18 anos de Allana, filha do casal.
Também foram detidas sua esposa Cristiana e sua filha Allana, ambas por tentar acobertar o crime. Mais tarde, são presas outras três pessoas que teriam participado do homicídio (David Vollero, Ygor King e Eduardo da Silva).
Estupro descartado
O argumento de tentativa de estupro de Daniel em Cristiana é refutado pelo promotor João Milton Salles sob alguns motivos. Ele ingerira alto teor alcoólico durante a festa (13,4 dg/L) na qual encontrou-se com a família.
Além disto, o promotor afirma que Daniel não praticaria um abuso sexual em um ambiente no qual estavam várias pessoas próximas. Aos olhos de João Milton Salles, o perfil do jogador não corresponde ao de um estuprador e nenhuma testemunha ouviu os gritos de Cristiana.
Em reportagem divulgada no "Fantástico", há uma revelação de mensagens de Daniel. O jogador, embriagado, entrou no quarto onde Cristiana estava dormindo e tirou fotos.
Tortura
A confirmação de que Daniel foi agredido foi dada por testemunhas na casa dos Brittes. Já bastante ferido, o jogador de futebol foi colocado no porta-malas do veículo de "Juninho Riqueza".
Além de Igor Kyng e David Willian Vollero, que são amigos de Allana, está no veículo Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, namorado da prima de Cristiana. De acordo com os amigos de Allana, são ouvidos murmúrios de estrangulamento.
Eduardo e Edison descem do carro e tiram Daniel do porta-malas. Igor e Daniel afirmam que, inicialmente, queriam deixar Daniel nu no meio da rua.
O encontro
Segundo reportagem do "Fantástico", todas as pessoas que estiveram na cena do crime se encontraram na praça de alimentação em um shopping em São José dos Pinhais (PR) no dia 5 de novembro para combinar as versões contadas para a polícia.
Prisão decretada
Em 29 de novembro de 2018, a Justiça do Paraná decreta a prisão preventiva de seis pessoas: Edison Brittes, o "Juninho Riqueza", sua esposa Cristiana, sua filha Allana e os convidados Eduardo da Silva, David Vollero e Ygor King. Ainda há uma sétima ré: Evellyn Brisolla Perusso, com quem Daniel "ficou" naquela noite e cometeu falso testemunho, que responde em liberdade.
EDISON BRITTES - homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
EDUARDO DA SILVA - homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual
DAVID VOLLERO - homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, denunciação caluniosa e fraude processual
YGOR KING - homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual
CRISTIANA BRITTES - homicídio qualificado, fraude processual e coação de testemunha
ALLANA BRITTES - coação de testemunha e fraude processual
EVELLYN BRISOLLA PERUSSO - denunciação caluniosa e fraude processual
O julgamento do "Caso Daniel" teve início em fevereiro deste ano, quando foram ouvidas 14 das 77 testemunhas arroladas no caso. Na porta do fórum em São José dos Pinhais, um grupo pediu "justiça". Algumas coisas começam a ser indicadas por testemunhas de acusação.
Novas revelações
Em julho, novas informações voltaram a trazer o caso para os holofotes. A perícia realizada no celular de Cristina Brittes reforçou a tese de uma testemunha do caso, de que Edison teria convidado o atleta para dormir com sua mulher na manhã do dia do crime. De acordo com a investigação, a moça pesquisou por casas de swing no Google, através do celular. As informações são do "Tribuna da Massa".
Segundo informação da RPC, Allana Brittes, filha de Edison Brittes, mandou mensagens para marcar o encontro com todas as testemunhas para combinar a versão do crime aos policiais.
Depoimentos marcados
Os depoimentos da família Brittes e de outros quatro réus no processo que apura a morte de Daniel foram marcados pela 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais para os dias 13, 14 e 15 de agosto, segundo o "G1".
Testemunha conta detalhes do caso
Uma das testemunhas da morte do jogador, Lucas Mineiro revelou que tentou conter as agressões contra o atleta e que foi ameaçado por Edison Brittes. O depoimento foi dado à RPC, do Paraná, na terça-feira. Ele, que estava na boate em que ocorreu a festa de aniversário de Allana, afirmou que pediu para que o agressor não seguisse com as ações violentas contra o jogador.
Lucas, que mora fora da cidade após relatar que foi ameaçado e toma medicamentos para depressão e pânico, já prestou esclarecimentos à polícia.
Allana deixa a prisão
Aniversariante no dia da morte de Daniel, Allana Brittes deixou a penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, na quarta-feira, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitar habeas corpus pedido pela defesa. Ela é acusada de coação e fraude processual.
Em entrevista ao Tribuna da Massa, a tia de Daniel comentou sobre a liberação de Allana. Regina Corrêa acredita que a acusada ficou tempo demais na cadeia, pois a jovem não participou diretamente da morte. Regina ainda disse não existir guerra entre as famílias, mesmo com o crime.
Justiça convoca novos interrogatórios para definir júri popular
A Justiça do Paraná convocou os sete réus do caso, incluindo a família Brittes, para uma nova bateria de interrogatórios no Fórum de São José dos Pinhais, em Curitiba.
Os novos interrogatórios irão definir se os sete réus irão a júri popular ou não para que suas sentenças definitivas sejam proclamadas judicialmente.