Dificuldades em campo e pressão: a queda de Valentim no Vasco
Treinador passou por altos e baixos no comando da equipe e não resistiu principalmente à pressão externa sofrida durante os meses
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O vice-campeonato do Vasco, no último domingo, no Maracanã, marcou o fim da passagem de Alberto Valentim pelo clube cruz-maltino. A derrota por 2 a 0 para o Flamengo foi a gota d'água para o treinador, que já vinha acumulando desgastes ao longo do tempo. Marcos Valadares, técnico do time sub-20, comandará a equipe na próxima quarta-feira, contra o Santos.
A decisão da demissão veio logo depois da derrota, ainda no vestiário. Membros da diretoria e o presidente Alexandre Campello, então, se reuniram e optaram pela demissão de Valentim, que saiu sem nem mesmo conceder a tradicional coletiva de imprensa.
Pressão da torcida
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Como dito por Campello após Alexandre Faria, diretor executivo de futebol, anunciar a demissão de Valentim, a diretoria considerava o trabalho do treinador positivo. Além disso, o pagamento da multa rescisória e termos do contrato eram um entrave por conta da situação financeira difícil vivida pelo Vasco. A pressão de conselheiros, do vestiário e da torcida acabaram sendo determinantes. Os vascaínos vinham protestando constantemente contra o treinador e pedindo a demissão dele.
- A partir do momento em que existe uma pressão muito grande, que de certa forma até põe em risco a integridade do treinador, e a partir do momento em que a gente começou a entender que essa pressão começou a atingir os jogadores. Enquanto a pressão era só em cima da direção, nós mantivemos, entendendo que o trabalho que ele tem feito é um trabalho muito bom. (...) É um excelente treinador, mas lamentavelmente a paciência da torcida não é a que a gente deseja - disse Campello na zona mista do Maracanã.
Rendimento ruim em campo
O Vasco chega ao fim do Campeonato Carioca vivendo o pior momento técnico. O time chegou a somar 13 jogos de invencibilidade no início do ano. Na mudança de turno, a equipe caiu de rendimento e, nos últimos oito dias, foram três derrotas por 2 a 0, duas para o Flamengo e uma para o Santos. Como mostrou o Blog do Garone, o treinador somou 50,4% de aproveitamento após 41 jogos, apenas a 13ª maior marca obtida por um técnico vascaíno nesta década.
Outro fator que incomodou foi a constante mudança no time titular. Com um elenco tecnicamente limitado e sem ver seus principais jogadores rendendo o esperado, Alberto Valentim acabou fazendo muitas trocas. Um exemplo recente foi com Maxi López e Tiago Reis. Mesmo depois da volta do jogador de lesão, Valentim decidiu continuar com o jovem no time titular. No jogo seguinte, optou pelo veterano. Contra o Flamengo, ambos começaram no banco de reservas.
Desgaste após luta contra o rebaixamento
Contratado no fim de agosto, Alberto Valentim chegou ao Vasco com a missão de salvar o time do rebaixamento. A missão foi cumprida apenas na última rodada do Campeonato Brasileiro e as críticas foram grandes. O treinador teve a permanência garantida apenas no fim de 2018.
O Vasco chegou a sondar Abel Braga, que estava sem clube após deixar o Fluminense e fechou com o Flamengo. Sem alternativas que agradassem, Campello optou por manter Valentim.
Thiago Galhardo
Se o clima já era conturbado pelos resultados em campo, o afastamento de Thiago Galhardo do elenco deixou o ambiente ainda mais marcado. Cortado por Valentim antes do duelo contra o Bangu, pela semifinal do Carioca, o jogador ficou fora dos planos do clube após problemas internos. Alexandre Faria não quis entrar em detalhes sobre os motivos, mas a relação do jogador com o treinador não era das melhores.
- A única coisa que posso falar é que não foi por parte técnica. Trataremos internamente, não gostaria mais de falar sobre isso - disse Valentim antes da diretoria confirmar que Galhardo seria afastado.
Ambições vascaínas
O Vasco iniciou 2019 com dois objetivos principais. Sem ter um elenco de muitas alternativas e com limitações, o Cruz-Maltino almejava dois títulos para a temporada: o Campeonato Carioca e a Copa do Brasil. O sonho do primeiro terminou neste domingo, após mais uma derrota por 2 a 0 contra o Flamengo. O segundo terá a decisão na próxima quarta-feira, mas a vida Cruz-Maltina é difícil.
A demissão de Valentim também passou pelo clima da equipe para o duelo decisivo contra o Santos, em São Januário. Depois de três derrotas seguidas por 2 a 0 e a pressão de todos os lados, o elenco precisará mudar a postura para marcar três gols contra a equipe paulista. Depois, o Vasco se prepara para a estreia no Brasileirão, contra o Athletico-PR.
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