Hora do adeus: L! relembra fases da passagem de Cuéllar pelo Flamengo

Aos 26 anos, volante colombiano assinou contrato com o Al-Hilal, da Arábia Saudita, após três temporadas e meia pelo Rubro-Negro

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Gustavo Cuéllar não é mais jogador do Flamengo. Desde o fim da tarde da última sexta-feira, o volante passou a pertencer ao Al-Hilal, da Arábia Saudita, que o recrutou no penúltimo dia da janela de transferências locais. O colombiano partiu por uma quantia na casa dos 8 milhões de euros (R$ 36 milhões), na qual 70% será destinada aos cofres rubro-negros. 

Cuéllar acumulou 171 jogos e 2 gols pelo Fla




O LANCE! destrincha a passagem de Cuéllar, que teve o derradeiro capítulo na última quarta-feira, em classificação, diante do Internacional, às semifinais da Libertadores, no Beira-Rio. Foram altos e baixos, com direito à convocação para a Copa América e um quase empréstimo. Confira:

CHEGADA EM 2016

Cuéllar chegou em janeiro de 2016 (Foto: /Gilvan de Souza/Flamengo)

Cuéllar chegou ao Flamengo em um ano no qual a promessa era de um clube mais agressivo no mercado. O colombiano foi o nono jogador a ser contratado no início de 2016, quando Muricy Ramalho assumiu o comando técnico. 

O Fla desembolsou cerca de R$ 8 milhões pelo negócio, adquirindo 70% dos direitos econômicos do volante - o restante ficou com o Deportivo Cali, que o projetou no futebol e o tinha emprestado ao Junior Barranquilla. A sua estreia no Brasil ocorreu em meados de fevereiro, pela Primeira Liga. Tinha Márcio Araújo, Willian Arão e Canteros como principais concorrentes, à época. 

RESERVA E PACIÊNCIA

Com Zé, Cuéllar foi reserva do Fla (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Cuéllar foi contratado para ser titular. No entanto, a sua oscilação no início abriu brecha para que Márcio Araújo fosse a principal opção no setor, até antes da chegada de Zé Ricardo. Com Zé, que assumiu ainda no início de 2016, Márcio se consolidou entre os 11, apesar das diversas críticas da torcida. 

O gringo teve que ser paciente com a reserva e chegou a flertar com o adeus, uma vez que passou perto de ser emprestado ao Vitória. No seu primeiro ano, só atuou em 33 jogos, sendo titular apenas em 21 ocasiões. Ficou e deu certo. 

CONSOLIDADO COM COMPATRIOTA

Cuéllar já foi até capitão no Fla (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Zé Ricardo deixou o Flamengo em agosto de 2017. O colombiano Reinaldo Rueda foi contratado e, assim que teve a sua estreia, pela Copa do Brasil (diante do Botafogo), optou por Cuéllar entre os titulares - Márcio foi preterido. 

O compatriota de Cuéllar apostou no meio-campista de 26 anos, cujo rendimento passou a ser à altura da confiança do treinador e da torcida, que de imediato reconheceu o seu empenho em campo. Encerrou 2017, ano de título carioca, com 51 partidas, sendo 42 no time titular, e dois gols marcados.

XODÓ E SELEÇÃO

Cuéllar marcou contra o Paraguai (Foto: JUAN MABROMATA / AFP)

O ano virou, depois de um frustrante vice-campeonato na Sul-Americana e a saída de Rueda, mas Cuéllar já estava nas graças da torcida. O camisa 8 passou a ser titular absoluto e um dos nomes mais ovacionados antes das partidas no Maracanã. A sua regularidade o acompanhou durante toda a temporada 2018. 

No Brasileiro passado, o Flamengo ficou em segundo lugar e Cuéllar foi eleito o "Craque da Galera", superando Dudu, do campeão Palmeiras, e Maxi López, do Vasco. Encerrou o ano passado também com 51 jogos e, em alta, se credenciou para disputar a Copa América deste ano - foi titular em um jogo, quando marcou um gol. Contudo, não retornou tão valorizado como esperava. 

AFASTAMENTO E ADEUS

Cuéllar partiu nesta sexta (Foto:Divulgação Twitter AlHilal Saudi Club)

Campeão estadual em 2017 e 2019, Cuéllar tinha a multa rescisória estipulada em 70 milhões de euros (cerca de R$ 312 milhões). O Rubro-Negro recebeu diversas sondagens, ciente da vontade do volante e de seu estafe em ouvir propostas do exterior (até da Europa), e marcou reuniões no Ninho do Urubu para que os interesses se encontrassem num ponto comum.

Ao retornar da Copa América, Cuéllar percebeu que não era mais absoluto sob o comando de Jorge Jesus, como foi com Rueda, Carpegiani, Maurício Barbieri, Dorival Júnior e Abel Braga. Ele perdeu a intertemporada e, das 13 partidas do atual treinador no Fla, foi titular em nove. Chegou a ficar afastado de um jogo nos últimos dias, retornou para o derradeiro e, agora, dá adeus ao Flamengo.

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