Pouca criatividade e meio inoperante marcam derrota do Botafogo
Alvinegro até teve espaço para tentar criar jogadas, mas parou em passes errados e movimentações equivocadas dos próprios jogadores; Diego Souza e zagueiros vão bem
O Botafogo conheceu a primeira derrota em casa no Campeonato Brasileiro. Nesta quarta-feira, o clube de General Severiano não teve uma atuação das mais criativas e foi superado pelo Grêmio, que garantiu o placar positivo de 1 a 0 com um gol de falta de Jean Pyerre. O LANCE! destacou alguns pontos da atuação da equipe comandada por Eduardo Barroca.
TRABALHO SEM BOLA SE DESTACA
Assim como o próprio Botafogo, o Grêmio também tem seu estilo de jogo baseado na valorização da bola e troca de passes curtos. Desta forma, era de se imaginar que o Tricolor Gaúcho focaria grande parte das ações no meio-campo, com a intenção de alcançar o ataque.
Dito e feito: a equipe comandada por Renato Gaúcho foi, de modo geral, mais atuante no campo de ataque no primeiro tempo. Com exceção de uma finalização de Diego Tardelli, a equipe não conseguiu sucesso dentro da sua proposta de jogo por conta do meio-campo do Botafogo, destacado pelo combate individual, que travou qualquer jogada do Grêmio no setor. Além disto, a defesa formada por Carli e Gabriel foi soberana nos duelos aéreos no primeiro tempo.
MEIO-CAMPO INOPERANTE
Se o trio formado por Cícero, Alex Santana e João Paulo se destacou no trabalho tático, sem a bola, este fator não se repetiu quando o Botafogo tinha a posse do jogo. Diante do ímpeto ofensivo do Imortal, a equipe de Eduardo Barroca teve espaço para contra-ataques, mas todos foram desperdiçados pela falta de aproximação entre os jogadores.
Quando o Botafogo iniciava as tramas de ataque desde o campo defensivo esse fator ficava ainda pior. Por mais que o Botafogo trocasse bons passes para sair da pressão do Grêmio na primeira metade do gramado, as jogadas não se criavam no terço final do campo, principalmente pelos erros de passes.
BARROCA TENTA MEXER
Após um primeiro tempo pouco criativo, Eduardo Barroca resolveu manter as mesmas peças para o retorno do segundo tempo. O treinador, porém, logo abdicou desta ideia quando, aos 20 minutos, colocou Lucas Barros e Yuri nos lugares de, respectivamente, João Paulo e Luiz Fernando.
A intenção do treinador era justamente aumentar a circulação da bola no campo ofensivo, colocando mais um jogador para atuar perto do terço final. Com as mudanças, o Botafogo mudou seu esquema tático para um 4-4-2, com Yuri e Lucas Campos pelos lados do campo, e Erik se aproximando de Diego Souza na referência do ataque.
DIEGO SOUZA SE DESTACA
Com a fraca presença do meio-campo no setor ofensivo, coube a Diego Souza a função de administrar as jogadas do Botafogo. Mesmo atuando como a referência do ataque, foi comum ver o camisa 7 recuar e atuar perto do círculo central, com a intenção de carregar a bola rumo às zonas perigosas do campo.
Diego Souza saiu da área, se movimentou, pediu a bola, correu, sofreu faltas, mas fez tudo isso sozinho. Mais uma vez, os outros jogadores do Botafogo não conseguiram acompanhar as tramas ofensivos e o clube de General Severiano encontrou dificuldades para se criar.
GOLPE DURO
Em uma partida de pouquíssimas chances e criatividade praticamente nula, a bola parada poderia fazer a diferença para uma das equipes. E o Grêmio se aproveitou disto. Aos 36 minutos, Jean Pyerre, com uma cobrança perfeita de falta, abriu o placar.
Já no final da partida, o Botafogo tentou ir para um abafa, com a intenção de empatar o placar, mas parou em um Grêmio inteligente, que soube controlar a bola e 'matar' o relógio nos segundos finais. Ao Alvinegro, ficou o gosto amargo de se despedir da primeira parte do Campeonato Brasileiro com derrota.