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Lucas Silva retoma carreira no Grêmio e mira Seleção: ‘Ainda é um objetivo na minha carreira’

Meia foi titular em oito dos nove jogos do Grêmio na atual temporada e atuações tem agradado tanto a comissão técnica como o torcedor. Lucas também quer a Libertadores

Lucas Silva - Grêmio
imagem cameraLucas Silva tem se destacado em 2020 pelo Grêmio (Foto: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 03/03/2020
15:07
Atualizado em 03/03/2020
16:19

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O currículo é de veterano. Cruzeiro, Real Madrid, Olympique de Marselha, Seleção Olímpica e agora, Grêmio. É no Tricolor Gaúcho que Lucas Silva, de 27 anos, tenta reencontrar o futebol que o levou a um dos maiores clubes do mundo. E o início é animador: de nove jogos do time gaúcho na temporada até aqui, o volante foi titular em oito.

E Lucas mostra ambição. O goiano de Bom Jesus se destacou ainda jovem no início da carreira pela Raposa, foi bicampeão nacional, figurou entre os 11 melhores do Campeonato Brasileiro de 2014, mas a chance na Seleção principal não veio. O jogador, diante de exemplos próximos como Wallace, Arthur e Matheus Henrique, que vestiram a amarelinha enquanto atletas do Grêmio, ainda almeja uma convocação apesar de frustrações anteriores.

- Complicado falar disso (ausência de chances na Seleção), pois é algo que só os treinadores podem responder. Obviamente, quando a gente se destaca, criamos uma expectativa, mas depende muito de cada momento, da posição, dos concorrentes e da filosofia de trabalho de cada comissão técnica. Eu procuro sempre fazer o meu melhor no meu clube, pois daí a Seleção Brasileira passa a ser uma consequência. Pude vestir essa camisa na base e no ciclo da seleção olímpica que acabou sendo campeã. Então, vou fazer o meu melhor e com certeza ainda é um objetivo na minha carreira.

Além da chance na Seleção, Lucas Silva tem outro objetivo ao chegar ao Grêmio. Em sua apresentação no clube, o meio-campista destacou a falta da Copa Libertadores no currículo. E a competição, também obsessão de dez entre dez gremistas, começa nesta terça-feira para o Imortal, contra o America de Cali, na Colômbia. E, como nos últimos anos, com o início do torneio continental, voltam as discussões sobre qual competição será a prioridade do Tricolor no ano. Para Lucas Silva, Renato Portaluppi e seus auxiliares saberão tomar as melhores decisões.

- É começo de temporada, ainda estamos adquirindo a melhor forma física e buscando também melhorar a parte técnica e tática. Certamente a comissão técnica vai saber tomar a melhor decisão e os últimos anos, com títulos, têm mostrado isso na prática. É muito difícil ganhar tudo e, em alguns momentos, é preciso priorizar. Para isso, como disse, foi montando um elenco de qualidade para que quem entre mantenha o mesmo nível de quem saiu.

BATE-BOLA
LUCAS SILVA, JOGADOR DO GRÊMIO

LANCE!:
O Grêmio decidiu que, em 2020, faria investimentos para fortalecer o elenco e tentar diminuir a distância para elencos como o do Palmeiras e do Flamengo. Como avalia o elenco do Tricolor? Qual a expectativa para a temporada?

Lucas Silva: O elenco é ótimo e bem servido em todos os setores. Hoje, certamente temos dois times praticamente com a mesma qualidade. Alguns saíram, outros chegaram, mas tudo que vi até agora só me deixou animado. Vamos fazer frente com qualquer equipe, como tem sido nos últimos anos. O Grêmio tem chegado e brigado lá em cima. Se os títulos vão vir é algo que não podemos garantir, mas certamente dá para assegurar que estaremos entre os primeiros sempre.

L!: Recentemente o Grêmio revelou grandes volantes (Wallace, Arthur, Matheus Henrique e Diego Rosa, do sub-20, que pode ter oportunidades no profissional em breve), além de ter ídolos históricos que atuaram na posição. A torcida até brinca que, no Grêmio, "o 5 é o 10". Você está com a camisa 16, mas como é chegar num clube que valoriza tanto o volante?

"O elenco é ótimo e bem servido em todos os setores. Hoje, certamente temos dois times praticamente com a mesma qualidade. Vamos fazer frente com qualquer equipe"

Lucas Silva: O Grêmio tem mesmo esta cultura e espero poder construir minha história aqui também. Isso mostra que é um clube que tem a filosofia de jogar, de deixar o volante jogar, ter liberdade e ditar o ritmo do jogo. Quem atua ali, participa muito do jogo, precisar estar sempre ligado e com grande disposição. Espero fazer um pouco de sucesso igual esse fizeram e ter o meu nome escrito aqui também com boas partidas e títulos.

L!: Matheus Henrique na Seleção Sub-23, você já chegou assumindo a titularidade e formando dupla com Maicon. Como vê a concorrência por uma vaga no time titular?

Lucas Silva: A concorrência é sempre sadia, pois motiva a todos fazerem ainda mais. Motiva todos a trabalharem mais, a corrigirem os erros e a aperfeiçoar o que cada um tem de bom. Temos bons jogadores na posição, assim como foi no Cruzeiro nos últimos anos também e assim deve ser sempre nos grandes. Um clube vencedor, com tantos jogos e competições na temporada, só se faz com um elenco de qualidade. O Grêmio procurou se reforçar este ano para isso e estamos bem servidos, com mais de uma opção, em todos os setores.

Lucas Silva - Real Madrid (Foto: Pierre-Philippe Marcou/AFP)
Lucas Silva chegou badalado ao Real Madrid (Foto: AFP)

LANCE!: No seu auge no Cruzeiro, você atuou sempre ao lado de um volante mais físico de marcação, como Henrique e Nilton. No Grêmio, como você terá que se adaptar para atuar ao lado de Maicon e/ou Matheus Henrique? Como?

Lucas Silva: Esses citados também sempre tiveram boa saída, tanto que sempre chegavam com gols. Em muitos momentos havia revezamento de quem ficava mais e saía, algo que no Grêmio deve acontecer também. Então, é algo tranquilo. São jogadores de qualidade e o Renato vai saber como utilizar cada um da melhor maneira. Eu já disse para ele que posso atuar tanto como primeiro quanto segundo volante e me sinto bem nas duas funções.

L!: Você foi ao Real Madrid em uma época que o Modric estava machucado, e esperava-se que você pudesse substituir o croata, que sempre foi mais um meio-campista do que um volante. Pelo que acompanhamos da sua carreira, você sempre foi volante de origem e até chegou a atuar como zagueiro na base. Você acha que houve um erro de avaliação do Real Madrid quanto a sua posição? Isso te prejudicou?

Lucas Silva: Não vejo que isso tenha me prejudicado, até porque, quando me contrataram, sabiam como eu atuava. E lá sempre atuei na minha posição.

L!: O Real Madrid enfrentou concorrência por sua contratação na época? Quem também fez proposta?

Lucas Silva: Sim, na época tinham outros clubes interessados, mas o Real Madrid demonstrou grande interesse e, por se tratar de um dos maiores do mundo, não tinha como não aceitarmos.

"Eu sou e sempre serei muito grato ao Real Madrid. Infelizmente, dentro de campo as coisas não foram como esperava, mas foi a realização de um sonho"

L!: Lucas, a sua rescisão com o Real Madrid veio justamente um dia depois do fechamento da janela do meio do ano, impossibilitando você de assinar com outro clube no segundo semestre. Porque isso aconteceu?

Lucas Silva: Não era uma situação simples de resolver. Tive que ir para Madrid, fiquei lá alguns dias, até que conseguimos definir algo bom para os dois lados. Eu sou e sempre serei muito grato ao Real Madrid por tudo que fizeram por mim. Infelizmente, dentro de campo as coisas não foram como esperava, mas foi a realização de um sonho.

L!: Voltando ao Cruzeiro, você encontrou um time de Mano Menezes que atuava em um estilo muito reativo, de contra-ataque. O modelo de jogo daquele time da Raposa atrapalhou para que você repetisse o futebol que apresentou com Marcelo Oliveira, um técnico notabilizado por um maior domínio da bola no meio-campo?

Lucas Silva: Avalio que tive alguns bons momentos neste retorno ao Cruzeiro, principalmente quando tive uma sequência de partidas como titular. Sim, nossa equipe tinha esse estilo, mas também tinha um bom toque de bola e posse, o que me ajudava.

L!: Agora você trabalha com o Renato Portaluppi. Como tem sido a mudança no estilo de jogo e a adaptação ao clube e novos companheiros?

Lucas Silva: O estilo de jogo do Renato é mais de o time se impor e propor a partida. É um time mais ofensivo, mas ainda estou entendendo o que ele pede e os companheiros. A adaptação tem sido ótima, estou me sentindo muito bem e realmente, em alguns momentos, lembra aquele Cruzeiro ofensivo de 2013 e 2014. São jogadores que gostam de jogar e o Renato dá essa liberdade. No entanto, ele também sabe dosar e defensivamente é uma equipe sólida.

L!: Como foi este período "sabático"? Chegaram muitas propostas nesse período além daquela do Grêmio?

Lucas Silva:
Sempre ruim ficar sem jogar, mas pude aproveitar bem a família, também treinei bastante e isso me ajudou a estar bem neste momento. Chegaram outras situações sim e, com calma avaliamos tudo. O Grêmio, não é de agora, já tinha demonstrado interesse, com um projeto muito interessante e não mediram esforços para contarem comigo. É um dos maiores do futebol brasileiro e mundial, com uma estrutura excelente e brigando por título sempre. É tudo que o jogador quer e optamos por aceitar este desafio.

Lucas Silva foi bicampeão Brasileiro pelo Cruzeiro

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