O que está acontecendo com o Internacional?
Já circula na torcida questionamentos ao trabalho do time

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O começo de ano do Internacional foi promissor, com retomada da hegemonia estadual, 17 partidas invictas, duas goleadas consecutivas e apenas 11 gols tomados. A partir daí, o Colorado não ganhou mais – são quatro jogos sem vitórias – e perdeu seu primeiro confronto no ano. Bastou para qualidade do time ser questionada, pelo menos por parte da torcida e nas mesas redondas locais. Então, o que está acontecendo com o Internacional? O técnico Roger Machado perdeu o gás? O time é isso mesmo? O calendário? Ou todas juntas e misturadas?
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Para analisar o problema da fase atual do Internacional, o Lance! convidou seu colunista Gustavo Fogaça e os comentaristas da rádio Gaúcha Leonardo Oliveira e da Paramount+ Paulo Vinícius Coelho, o PVC. A análise dos especialistas estará ao longo do texto a seguir. Guffo fez quase uma tese. Ele porém resumiu a ideia, que para ele é simples:
– A tese do voo de galinha não cola. O grupo não é tão qualificado. E há um sério problema na conversão das chances. E meio como que tudo está interligado.
Como vinha sendo

Como nos seus trabalhos anteriores em clubes grandes, o técnico colorado começou muito bem na Padre Cacique. Teve uma série invicta de 16 confrontos no Brasileirão de 2024, o que tirou o time da boca o Z4 e o levou ao G5, garantindo a classificação à Libertadores deste ano. Em 2025, o Alvirrubro conseguiu evitar o octa do Grêmio e terminou o Estadual como campeão invicto. Ou seja, Roger não havia perdido o gás. O que combina com a opinião de Guffo:
– Os três primeiros meses de trabalho de um treinador é o que pode ser chamado de "início". Depois disso, o início já passou. Então, para quem acha que "Roger sempre começa bem seus trabalhos e depois decai", essa tese não cola. O grupo assimilou 100% a filosofia do trabalho e é um time mentalmente muito forte.
Desde que Wianey Carlet, cronista esportivo falecido em 2017, cunhou a máxima “Gauchão é engana bobo”, a frase é repetida por aqui. E se confirma ano a ano. Em 2025, porém, parecia ser diferente. O Colorado iniciou a maratona de 19 jogos em 65 dias em alta: empatou com o Flamengo, candidato ao título, no Maracanã, e teve duas goleadas seguidas – 3 a 0 no Cruzeiro, pelo Nacional, e o mesmo placar no Atlético Nacional-COL, pelo torneio continental.

O que vem acontecendo
Desde então, o time parece ter parado. Passou a desperdiçar na frente. Alan Patrick, o cérebro do time, deixou as boas atuações de lado. E, pior, a defesa começou a errar e, às vezes, vazar. Resultado, em quatro partidas foram uma derrota (1 a 0 para o Palmeiras) e três empates (0 a 0 com o Fortaleza, 1 a 1 como Grêmio, e o 3 a 3 com Nacional-URU). De bom, apenas a resiliência do time, que não deixou de buscar o resultado em momento nenhum.
Para PVC, o Alvirrubro não está passando por um momento ruim:
– Acho que passou por quatro jogos sem vencer por uma questão que é a tabela que atrapalha. Pega o Fortaleza fora e casa. Pega o Palmeiras, que é imprevisto. O Palmeiras, apesar de forte, nunca vence no Beira-Rio e venceu. Ai tem o Gre-Nal e o Nacional, que empata no Beira-Rio.
Mas é Oliveira quem mata a charada:
– O Inter foi mapeado pelos adversários. Suas saídas pelos corredores foram fechadas e Alan Patrick ganhou sempre uma sombra nos últimos jogos. Esse é um processo normal de um time que se destaca, com o agravante de que, com Brasileirão e Libertadores, ele se tornou mais visível.
Ao que Guffo acrescenta:
– Perdendo por 2 a 0 para o Nacional, o time nunca parou de buscar o gol adversário. Agora, é claro que o grupo não é super qualificado. Com o cansaço do calendário, a intensidade dos jogos, suspensões e lesões, as opções ficam mais escassas. Isso uma hora cobra seu preço no desempenho e na tabela.
Só que a equipe também parece estar irreconhecível. Deixou a pressão alta de lado, parou de envolver os adversários e passou a ser envolvido por eles. E só foram disputados oito dos 19 jogos. Oito enfrentamentos em 25 dias. Um a cada três dias. A perna pesou. O emocional também, como tem frisado o próprio Roger. No que Oliveira concorda:
– Acrescente-se o esgotamento mental e físico dos principais jogadores pela maratona do calendário. Roger Machado tem mostrado repertório durante os jogos, mas precisará encontrar tempo entre jogos e viagens para estabelecer um plano B.
– Acrescente-se o esgotamento mental e físico dos principais jogadores pela maratona do calendário. Roger Machado tem mostrado repertório durante os jogos, mas precisará encontrar tempo entre jogos e viagens para estabelecer um plano B.
Ao que Guffo acentua:
– Além disso, o Inter converte apenas 19% das chances criadas em gols, sendo o 14º aproveitamento do Brasileirão nesse quesito. Claramente há um problema em converter volume ofensivo em bola na rede. Taí um enorme desafio para Roger Machado e seu time.
Para finalizar, PVC diz ver o Inter na fronteira para ser o time mais logo abaixo de Palmeiras e Flamengo:
– Na fronteira bem na fronteira. E está faltando uma vitória que dê confiança. Uma vitória que quase veio, podia ter vindo, no Maracanã. E podia ter vindo contra o Palmeiras. E que podia ter sido de virada contra o Nacional. Uma virada que se acontecesse muda. Muda o esquema. Muda o estilho. Muda a cabeça do time.

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