Divisão de receitas da Libra: entenda cálculos, conceitos e novos critérios do bloco
Bloco aprovou mudanças no fim de fevereiro e se reunirá com LFF para discutir a possível criação da liga única de clubes do futebol brasileiro
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Após aprovar um novo modelo de divisão das receitas no fim de fevereiro, a Libra oficializou os novos critérios para os cálculos. Em documento enviado à imprensa nesta terça-feira, o bloco que pretende criar uma liga de clubes para organizar o Campeonato Brasileiro explica como funcionaria a premiação por performance e por audiência, além do período de transição.
Vale destacar que na última Assembleia Geral da Libra foi formada uma comissão com dirigentes de clubes para explicar as novas contas aos clubes da LFF. Desde então, houve apenas um encontro on-line, no qual os dirigentes tiveram uma conversa cordial em tornos dos conceitos de ambos os grupos. Um novo encontro está previsto, mas ainda sem data confirmada.
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Novo modelo de divisão de receitas
O novo modelo de divisão entre as equipes da Série A prevê 45% do total das receitas distribuídos de forma igualitária entre os clubes, 30% medidos por performance e os outros 25% por engajamento, onde será considerada apenas a audiência ponderada. A aplicação deste modelo projeta a diferença para no máximo 3,4 vezes entre o 1˚ e o 20˚ colocados.
Este patamar será atingido após um período de transição de cinco anos, ou até que a futura Liga atinja R$ 4 bilhões em receitas. Até lá, a divisão será distribuída em 40% de forma igualitária, 30% por performance e os outros 30% por engajamento, novamente considerando apenas a audiência ponderada.
Vale destacar que esta transição será feita de forma linear entre R$3 bilhões e R$4 bilhões. Por exemplo, quando a liga atingir R$3,25 bilhões em receitas, será aplicada 75% da "Distribuição Transição" e 25% do "Modelo LiBRA". Já com R$3,5 bilhões de faturamento, cada modelo terá 50% de peso.
Critérios da divisão: Performance
A Libra confirmou que o percentual da divisão de receitas referente à performance na Série A levará em conta os últimos três anos da equipe no Campeonato Brasileiro. O principal objetivo desta "Regra dos 3 anos" é promover aos clubes maior sustentabilidade financeira e melhor previsão orçamentária. A Libra também afirma que o modelo será capaz de melhorar o capital de giro, com distribuição do valor ao longo do ano, e suavizar impacto nas receitas de clubes rebaixados.
A conta será feita da seguinte maneira: 34% desse valor será calculado de acordo com a posição do clube no ano vigente, outros 33% de acordo com a posição no ano imediatamente anterior, e os demais 33% de acordo com o desempenho dois anos atrás. Esse mecanismo já entraria em vigor em 2025, considerando a performance nas edições 2023 e 2024 do Campeonato Brasileiro.
Vale destacar que, além da "Regra dos 3 anos", a distribuição da Libra por performance passará a contemplar também as equipes rebaixadas, que atualmente nada recebem neste critério.
Critérios de divisão: Audiência
Em relação ao pilar da Audiência, a Libra se aproximou da proposta da Liga Forte Futebol. Agora, ambos os blocos propõe que apenas a audiência ponderada seja levada em consideração no cálculo. O objetivo, de acordo com a Libra, é estimular os clubes para que busquem engajar cada vez mais seus torcedores, premiando as equipes com melhor desempenho neste quesito.
A conta será feita da seguinte maneira: a audiência de cada clube da Série A será dividida em cada plataforma de transmissão e, em seguida, ponderada pelo investimento da plataforma. Diferentemente da LFF, a Libra propõe o cálculo sem "amarras", ou seja, sem uma tabela de percentuais fixos.
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Critérios de divisão: Cláusula de Estabilidade
Por fim, a Libra oficializou a presença de uma cláusula de estabilidade na proposta, que serve para resguardar os clubes que fazem a maior concessão na formação da Liga (Flamengo e Corinthians). De acordo com o bloco, o objetivo é realizar a transição do modelo atual para o futuro sem que qualquer clube tenha queda de receita em beneficio dos demais.
O mecanismo para assegurar estabilidade de transição nos primeiros 5 anos da liga (2025, 2026, 2027, 2028 e 2029) levaria em conta os valores absolutos da temporada 2022, corrigidos pelo IPCA.
Cenário 1: receita da Série A menor ou igual à temporada 2022 - Flamengo e Corinthians mantêm o percentual de receitas auferido naquela temporada (em números absolutos, a receita de cada um pode ser inferior à temporada de 2022, sem transferir risco para qualquer outro clube).
Cenário 2: receita da Série A supera a temporada de 2022 - Flamengo e Corinthians terão receita ao menos equivalente (em números absolutos) a auferida naquele ano. Neste caso, os demais clubes capturam em maior proporção o crescimento inicial de receitas da Liga.
Conceitos da Libra:
1. Construção de um modelo de competição e organização entre os clubes sob um ponto de vista técnico e mercadológico;
2. Diminuição do gap financeiro entre os clubes no cenário nacional, bem como das equipes brasileiras em relação aos adversários internacionais;
3. Regra de transição elaborada para que os clubes não percam receita em relação ao modelo atual;
4. Subsídio para a Série B acima do praticado nas principais ligas internacionais, como forma de aumentar a competitividade no âmbito interno;
5. Mensuração da audiência com o objetivo de estimular os clubes a buscar cada vez mais engajamento de seus torcedores;
6. Aporte financeiro inicial como forma de financiar a entrada dos clubes em uma nova era do futebol brasileiro.
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