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Entenda como a Premier League cresce economicamente e domina as janelas de transferências

Especialistas do mercado citam fatores para explicar o poderio recente da liga inglesa

Troféu / Taça da Premier League

Premier League é exemplo de gestão no futebol mundial (Foto: JUSTIN TALLIS / AFP)

Lance! - 03/03/2023 - 17:08

Lance! - 03/03/2023 - 17:08

A última janela de transferências trouxe à tona novamente a força financeira da Premier League e dos clubes ingleses. De acordo com o relatório “International Transfers Snapshot”, da Fifa, os times da Inglaterra gastaram cerca de R$ 4,6 bilhões em janeiro de 2023 - número recorde para o país e um crescimento de mais de 150% em relação ao ano anterior.

O domínio da Premier League no mercado é o resultado de uma junção de fatores construídos nas últimas décadas. Entre os aspectos positivos dentro das quatro linhas, pode-se citar o alto nível técnico do campeonato e a presença de grandes nomes, fatos que aumentam a atratividade para jogadores de outras ligas.

Tornou-se comum, por exemplo, jovens brasileiros com o "sonho" de jogar na Inglaterra. Na última janela, três promessas seguiram este caminho: Andrey Santos (do Vasco da Gama para o Chelsea), Danilo (do Palmeiras para o Nottingham Forest) e João Gomes (do Flamengo para o Wolverhampton).

- Com contratações de atletas de alta performance, é normal que o nível técnico aumente, elevando também a atratividade do campeonato. Os investimentos cada vez maiores são reflexos não só dos ganhos financeiros, mas também da competitividade e da qualidade dos jogadores, principalmente brasileiros, que conquistam espaço na liga. Hoje, há muitos atletas que fazem questão de jogar na Premier League, pela visibilidade e o status de maior competição do futebol mundial - explica Júnior Chávare, executivo do Juventude e especialista em futebol de base.

A liga continua bem-sucedida não só nas quatro linhas, mas também fora dos gramados. De acordo com relatório mais recente da consultoria Deloitte, 11 dos 20 clubes europeus que mais faturaram na temporada 2021-2022 estão na primeira divisão da Inglaterra, um recorde para equipes de um mesmo país. Clique aqui para ver mais detalhes do "Football Money League".

João Gomes - Wolverhampton

João Gomes chegou à Premier League em janeiro (Foto: Divulgação)

Uns dos principais fatores para o crescimento de receitas dos ingleses são as cotas de televisão. Na temporada passada, cerca de R$ 14.6 bilhões foram distribuídos entre as 20 equipes da Premier League. Vale destacar que a divisão total do montante oriundo da TV teve uma parcela igual de R$ 513 milhões para cada participante, com o restante formado pela posição final no torneio e o número de jogos transmitidos de cada clube.

- O modelo de gestão da Premier League é referência porque garante uma receita alta para todos os participantes, principalmente em virtude da sua política de divisão dos direitos de transmissão. Com essa medida, os clubes se mantêm fortes, com bons estádios, boas estruturas e bons elencos. Tudo isso fortalece a liga como um todo, fazendo que até os clubes menos tradicionais tenham um orçamento superior à maioria dos times de outros países - comentou Pedro Melo, executivo comercial do Atlético-MG e responsável pela captação e gestão de patrocínios do clube.

Êxitos financeiros passam também por inovações na competição

Arsenal x Manchester City

City e Arsenal estão entre clubes mais inovadores (Foto: AFP)

Além das grandes receitas dos clubes, a implementação de novos recursos se tornou recorrente nas últimas edições da Premier League. Na temporada passada, a liga fechou parceria com a Oracle para levar estatísticas inovadoras às transmissões, como probabilidade de vitória ao vivo e rastreador do momento sobre a chance de uma equipe marcar um gol nos dez segundos seguintes. Ainda na última edição, a linha de impedimento foi “engrossada” nas análises do VAR, a fim de beneficiar os atacantes.

Os times da elite inglesa também são reconhecidos pela inovação no esporte. Segundo o último ranking da Sports Innovation Lab, quatro clubes da Premier League estão entre as dez equipes mais inovadoras do mundo esportivo: Arsenal (3º), Manchester City (4º), Manchester United (6º) e Liverpool (9º). O resultado foi obtido com base na diversificação de receita, na capacitação tecnológica e na abordagem de iniciativas inovadoras.

- Cada clube inova com uma pegada própria. Por exemplo, Manchester City e Liverpool apostam pesado em equipamentos de treinamento de ponta, sistemas de rastreamento por GPS e instalações científicas esportivas de alta tecnologia. Já Manchester United e Arsenal, apesar de manterem instalações de padrão mundiais, optaram por investir na diferenciação em softwares e plataformas de realidade virtual e de análise de desempenho. Ou seja, clubes amadores são todos parecidos em seus problemas. Já os altamente profissionalizados idem nas suas práticas de sucesso, mas cada um é único em sua abordagem a essas áreas, respeitando sua cultura, história e filosofia da direção - explica Jorge Braga, dirigente que liderou a reestruturação do Botafogo

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