Mais um caso de racismo na Libertadores: para onde vai o dinheiro das punições?
Veja para onde as quantias recebidas pela entidade são direcionadas


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A última rodada da Copa Libertadores registrou mais um caso de racismo, um crime em território brasileiro que tem histórico de punições brandas pela Conmebol. O código disciplinar da entidade aponta que qualquer insulto ou antentado à dignidade humana de uma pessoa ou grupo será penalizada com uma multa em dinheiro, paga pelo clube. Mas, para onde vai o dinheiro? O Lance! foi atrás da resposta.
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Esta quantia é direcionada ao projeto SUMA, que é uma iniciativa de impacto social voltada para o desenvolvimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Uma política que foi criticada pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, recentemente.
— Engraçado que os 50 mil dólares vai para a própria Conmebol. Não vai para a vítima. O valor é ridículo e mesmo esse valor ridículo, vai para os bolsos da Conmebol. Isso é absurdo — disse.
Projeto SUMA
Engraçado que os 50 mil dólares vai para a própria Conmebol. Não vai para a vítima. O valor é ridículo e mesmo esse valor ridículo, vai para os bolsos da Conmebol. Isso é absurdo
O SUMA tem como propósito oferecer suporte educacional, psicológico e médico, além de incentivar a prática esportiva como ferramenta de desenvolvimento. Entre os programas vinculados ao projeto, um dos destaques é o Futebol 360°, que alia esporte e educação ao ensinar disciplinas como matemática e geografia de maneira interativa. A iniciativa também prevê a realização de torneios internacionais de futsal, fortalecendo a conexão entre o aprendizado e o esporte.
A origem dos recursos que viabilizam o projeto não vem apenas das multas aplicadas. Parte do financiamento foi obtida através da recuperação de valores desviados da Conmebol em gestões anteriores. A entidade, por meio de acordos com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, conseguiu reaver esses montantes e direcioná-los a projetos de impacto social.

Construção do complexo SUMA, no Paraguai
Em 10 de abril de 2024, a Conmebol deu início a uma nova etapa do SUMA com o lançamento oficial da construção de um centro comunitário em Luque, no Paraguai. O evento contou com a presença do presidente da entidade, Alejandro Domínguez, do presidente do Paraguai, Santiago Peña, e de diversas personalidades ligadas ao futebol.
Entenda como a Conmebol aplica multas por casos de racismo
No Artigo 15, parágrafo 2, do Código Disciplinário da Conmebol, estão descritas as circunstâncias por trás de uma punição financeira aos clubes diretamente envolvidos em casos de racismo. Veja na íntegra:
Artigo 15. Discriminação
2. Qualquer Associação Membro ou clube cujos torcedores insultarem ou atentarem
contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio,
tendo como motivo a cor da pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma,
credo ou origem, será sancionado com uma multa de pelo menos CEM MIL DÓLARES
AMERICANOS (USD. 100.000). Em caso de reincidência, o infrator poderá ser punido
com multa de DÓLARES AMERICANOS QUATROCENTOS MIL (USD 400.000).
A aplicação das multas varia conforme o nível da competição. Em torneios de base, a penalidade é paga diretamente pelo clube associado. Em competições profissionais, como é o caso da Libertadores, o valor da punição por casos de racismo é descontado da premiação pela participação da equipe, segundo a Conmebol.
A nível de exemplo, o Cerro Porteño foi multado após o caso de racismo com o atacante Luighi, da base do Palmeiras, durante a Libertadores sub-20, e teve de pagar a multa dos próprios cofres. Enquanto, o Talleres (caso seja sancionado), terá o valor da multa descontado da sua premiação por participar da Libertadores.

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