O Lance!Biz dá sequência, nesta quarta-feira (21), à série especial sobre as finanças do futebol brasileiro. Em parceria com a Pluri Consultoria, o estudo se baseia nas demonstrações contábeis mais recentes, referentes a 2022. A segunda matéria analisa as contas do Palmeiras.
Destaques:
> Palmeiras arrecadou mais de R$ 850 milhões na temporada 2022 - segunda maior receita no Brasil;
> Perfil do faturamento representa o equilíbrio das finanças alviverdes;
> Clube apresentou superávit de R$ 18 milhões ao fim da última temporada.
Panorama geral das finanças do Palmeiras
O primeiro indicador da saúde financeira é a comparação entre o faturamento e o endividamento. Pelo critério adotado pela Pluri Consultoria, o Palmeiras terminou 2022 com receitas e dívidas praticamente na mesma faixa - uma proporção de 1,02, que representa uma piora em relação a 2021.
Queda no faturamento preocupa?
Em 2022, o Palmeiras alcançou R$ 856 milhões em receitas totais - uma redução de 14% em relação aos R$ 992 milhões faturados no ano anterior. Essa queda, no entanto, não é motivo de preocupação e já era esperada.
O faturamento de 2021 foi impulsionado por dois fatores: (1) o atraso no fim da temporada 2020 pela pandemia da Covid-19 e (2) a sequência de títulos importantes. Dessa forma, o balanço daquele ano incluiu as robustas premiações pela conquista de duas Libertadores e uma Copa do Brasil.
Como na maior parte dos clubes brasileiros, os direitos de transmissão representam a maior parcela do faturamento alviverde (33%). A dependência desta linha de receita, no entanto, é bem menor em comparação a outros times.
Além da venda de atletas, a linha comercial e de marketing (patrocínios, publicidades e licenciamentos) e de Matchday (bilheteria e programa de sócios-torcedores) também se destacam nas equilibradas contas do Palmeiras.
Sétimo superávit em 10 anos
Outro indicador positivo das finanças: o Palmeiras teve um superávit de R$ 18 milhões na temporada de 2022 – o sétimo resultado positivo nos últimos dez exercícios do clube. Somente em 2013, 2014 e em 2020 (primeiro ano da pandemia), o resultado foi deficitário.
Análise do especialista
- Após enfrentar uma grave crise econômica e esportiva no início da década de 2010, o Palmeiras precisou passar por uma reestruturação que o levou a se tornar a 2ª maior potência econômica das Américas. O clube paulista tem se consolidado ano após ano entre as maiores receitas do país, combinado com uma boa administração das despesas e a geração de superávits constantes, o que mantém elevada a capacidade de investimento no futebol. Como ponto de observação, porém, está o relativamente elevado endividamento. O elevado volume de investimentos, associado a uma destacada gestão do campo e bola (no profissional e na base), se reflete no alto número de conquistas do clube - analisa Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri.
Palmeiras é a segunda principal força econômica do futebol brasileiro (Foto: Fabio Menotti/Palmeiras)
Esta é a segunda matéria da série especial sobre as finanças do futebol brasileiro. Clique abaixo para ler a análise das contas do Flamengo:
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