Os clubes membros da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) se reúnem na manhã desta terça-feira em Assembleia Geral, em São Paulo. A principal pauta da reunião é a votação de um novo modelo de divisão de receitas, que, se aprovado, estará mais próximo da proposta da Liga Forte Futebol (LFF).
O ponto central da discussão envolve a diferença entre o que recebe o primeiro e o último colocado na fila do rateio dos clubes da Série A. O cálculo atual no estatuto da Libra resulta em uma diferença de 4,88 vezes - número superior ao limite de 3,5 vezes exigido pelos dirigentes da LFF. Compare os modelos atuais no gráfico abaixo.
Para tentar chegar a um consenso com o outro bloco, a Libra levará a votação um novo modelo que se divide em duas partes. Inicialmente, no período de transição, a divisão de receitas teria uma diferença de 3,9 vezes entre o que recebe mais e o que recebe menos. Em seguida, quando total de receita com os contratos de transmissão atingisse R$ 2,8 bilhões, esse número passaria para 3,5 vezes. Os detalhes foram divulgados pelo "ge" e confirmados pelo LANCE!.
Entenda as diferenças atuais entre LFF e Libra
O cálculo total de divisão de receitas não é a única diferença atual entre Liga Forte Futebol e Libra. Além das distinções citadas acima, os grupos discordam em pontos específicos das variáveis de performance e audiência, por exemplo.
No caso da variável de performance, a LFF usa como base de cálculo uma tabela com percentuais definidos: o primeiro do ranking receberia oito vezes mais do que o último (8,9% x 1,1%), mas muito pouco a mais do que o segundo colocado (8,5%). A proposta de performance da Libra tem o mesmo peso no rateio total (30%), mas diferença maior entre o primeiro e o último (peso 6 x peso 0,5).
Dirigentes dos clubes membros da Liga Forte Futebol (Foto: Divulgação)
A discordância é maior em relação à variável de audiência. Os blocos até agora não se entenderam sobre os critérios a serem usados para calcular esta parte do rateio. De um lado, a LFF quer que o cálculo seja feito apenas com a "audiência média por clube, ponderada pelo investimento de cada grupo de mídia".
A Libra, atualmente, inclui no estatuto cinco pilares para calcular a mesma variável: (1) média de público, (2) assinaturas no streaming, (3) número de seguidos e engajamento nas redes sociais, (4) audiência na TV aberta e (5) tamanho da torcida. A nova proposta da Libra, que depende de aprovação nesta terça-feira, é também calcular esta parte do rateio somente por audiência, mas sem uma tabela de percentuais fixos como a LFF pretende.
Outro ponto de impasse é em relação ao quórum necessário votações de maior relevância. Na versão atual do estatuto da Libra, a associação incluiu a necessidade de unanimidade para aprovações importantes, como a mudança do modelo de divisão de receitas. Esta cláusula será discutida na Assembleia Geral desta terça e pode sofrer mudança no próximo encontro. Vale destacar que na LFF são exigidos votos de dois terços dos membros para as aprovações de maior relevância.