Dia 26/03/2025
11:30
Atualizado há 2 horas
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Vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Mauro Silva é um dos ex-atletas brasileiros que trabalha há mais tempo em cargos de gestão dentro futebol nacional. Desde 2019 no posto, o volante que vestiu a camisa de Guarani, Bragantino e Deportivo La Coruña-ESP, deu uma declaração cobrando uma presença mais forte de ex-jogadores em cargos de gestão dentro da modalidade no país e acredita que é necessário um processo de estudos e transição para assumir o posto.

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Mauro esteve presente no La Liga Extra Time, evento que aconteceu em São Paulo organizado pela liga espanhola de futebol e que contou com a participação de gestores e representantes da competição e de clubes da Espanha. O executivo ressaltou que a participação dos atletas é importante para o esporte no Brasil e que "sobram cadeiras" nas instituições.

- Acho que tanto na questão política como na gestão administrativa, se tem uma cadeira vazia, alguém vai sentar. Então os atletas precisam tentar se envolver e participar. Eu acho que está mudando essa mentalidade. [...] Ou seja, é importante que os jogadores se preparem. E na parte da gestão, da administração, precisa. A CBF precisa, as federações precisam, a Comebol precisa, a UEFA, a FIFA... É um caminho que o jogador pode fazer essa transição de carreira e contribuir com o conhecimento dele, que é muito rico e é único o que você vive dentro do campo. Mas só isso realmente não é suficiente, eu falo por conhecimento - destacou Mauro.

Mauro Silva atua como vice-presidente da FPF desde 2019. (Foto: João Loureiro/Ag. Paulistão)

O ex-volante ressalta que temas como comunicação, governança e finanças são essenciais para a transformação de jogadores em gestores após o fim da carreira

- Depois que parei de jogar, o que eu mais tenho feito é estudar. É um grande desafio, estou fazendo pós-graduação. E você tem que se envolver, aprimorar e aprender sobre finanças, sobre comunicação, sobre governança, sobre liderança, sobre estratégia... Ou seja, é um processo contínuo. Não é porque é jogador que você tem que ter alguma função, não. Você precisa se preparar para isso. Porque o mundo de hoje exige isso para qualquer profissional - completou.

Comparação com a Argentina

Mauro Silva citou a comparação do envolvimento de ex-atletas argentinos com os clubes do país, que é muito mais recorrente do que no Brasil. Para ele, o futebol brasileiro tem tomado o caminho de receber os jogadores após a aposentadoria em cargos técnicos, atuando como treinadores de base ou profissional, além de posição em diretorias esportivas dentro do clube.

- Eu acho que é um pouco cultural. Por exemplo, vemos aqui muita transição, na minha opinião, para a área técnica, como treinador, como auxiliar, como preparador físico, ou para a área da comunicação. Não se olha para a parte administrativa da gestão como um local onde o jogador poderia construir um processo de transição de carreira também. Mas o Figo estava na UEFA, o Boban (Zvonimir) também estava envolvido na Europa - citou.

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Na Argentina, alguns ex-atletas assumiram cargos de presidência nos últimos anos. Sob a gestão de Verón, ídolo do Estudiantes, o clube foi o campeão da última Copa da Argentina. Riquelme gere o Boca Juniors, onde também tem história como ídolo.

No futebol brasileiros, Ronaldo Fenômeno chegou a se movimentar para tentar concorrer à presidência da CBF, mas o ex-jogador e craque da Seleção Brasileira retirou sua candidatura por não ter recebido apoio de nenhuma das 27 federações estaduais para buscar varga pelo cargo. Pelas regras, eram necessárias, no mínimo, quatro sinalizações positivas para avançar no pleito. Ednaldo Rodrigues foi reeleito para o cargo após concorrer sozinho ao cargo.

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