O Fatal Model, site de anúncios de acompanhantes, é um ponto fora da curva no mercado de patrocínio esportivo no Brasil. Em um segmento ainda marcado por tabus, a empresa busca ampliar a presença no futebol para dignificar a estigmatizada profissão.
Depois de patrocinar clubes menores e aparecer em algumas placas publicitárias na Copa do Brasil e Brasileirão em 2022, a plataforma se tornou parceira do Vitória em fevereiro deste ano. Em menos de seis meses, o vínculo foi ampliado e a marca ganhou mais destaque na camisa.
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Para entender os objetivos e os próximos passos da empresa, o Lance! Biz conversou com Nina Sag, sexóloga, acompanhante e diretora de comunicação do Fatal Model.
Como começou?
Criada em 2016, o Fatal Model iniciou uma estratégia de publicidade em 2020, focando em conteúdos educativos nas redes sociais, em um blog e um canal no YouTube. Em seguida, se tornou patrocinadora de podcasts e, de forma paralela, as portas no futebol começaram a se abrir.
- Começamos a investir em patrocínio com podcasts. Em seguida, identificamos que o futebol tem um público grande e ligado ao perfil de consumidores do nosso site. Então, o esporte se tornou um espaço para a gente atingir cada vez mais pessoas e transmitir os nossos valores de marca - conta Nina Sag, porta-voz da plataforma, ao Lance!.
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Além de patrocínios pontuais e placas de publicidade, a empresa ainda patrocina os campeonatos estaduais de estados como Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Ceará e Goiás.
Seis meses de parceria com o Vitória
Em fevereiro, veio o primeiro patrocínio fixo com um clube tradicional do futebol brasileiro. Em um primeiro momento, o contrato foi assinado até o fim de 2023 e a marca era exposta na manga da camisa.
Os resultados positivos nos primeiros meses de parceria fizeram as partes ampliarem o vínculo de forma antecipada. Desde julho, o logo do Fatal Model é exposto na frente da camisa e novo contrato é até o fim de 2024.
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- O saldo da parceria com o Vitória tem sido muito positivo. O clube consegue contratar com o dinheiro do patrocínio e nós temos uma visibilidade importante, além de criar relação com a torcida. Aos poucos, eles passam a conhecer mais a marca e entender nossos valores.
Em busca de parcerias na Série A do Brasileirão, o Fatal Model vive a expectativa de cumprir o objetivo com o próprio Vitória em 2024. Com 44 pontos, o clube baiano é o atual vice-líder da Série B ao fim de 23 rodadas.
Nina Sag é diretora de marketing da Fatal Model (Foto: Divulgação)
Mudança de comportamento
De forma geral, um dos principais focos da empresa ao investir no futebol é transmitir valores, educar o público e dignificar a profissão de acompanhante. Segundo Nina Sag, já é possível ver resultados práticos desta estratégia de comunicação.
- Buscamos produzir conteúdos educativos sobre a profissão de acompanhante e vemos uma mudança grande de comportamento por parte do público. Pessoas, que antes faziam piadas e brincadeiras, agora respeitam e nos defendem de comentários preconceituosos.
Além da visibilidade e das receitas, o objetivo principal da startup é discutir a questão da regulamentação da profissão de acompanhante, legalizada desde 2002 no Brasil mas que ainda não recebeu seguridade jurídica ou social.