O brasileiro Anderson Silva vai encarar Chael Sonnen, neste sábado (15), na luta principal do Spaten Fight Night. Rivais durante anos no UFC, que segue as regras do MMA, os atletas vão se enfrentar pela primeira vez em uma luta de boxe.

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Este confronto é mais um exemplo de uma tendência recente: as lutas de exibição de boxe com ex-atletas e celebridades, que movimentam uma fortuna nos bastidores.

Tratados mais como entretenimento do que um evento esportivo, os duelos costumam misturar narrativas envolventes, personagens fortes e produção de conteúdo nas redes sociais para gerar interesse no público e monetizar com patrocínios e venda de direitos de transmissão.

💰 O foco no entretenimento

As lutas de exibição no boxe decolaram depois que Mike Tyson anunciou o retorno aos ringues em 2020, aos 54 anos de idade. O embate contra Roy Jones Jr teria gerado mais de US$ 80 milhões (cerca de R$ 448 milhões, no câmbio da época) e vendeu 1,6 milhão de pacotes de pay per view.

Naquele mesmo evento, o youtuber Jake Paul nocauteou o ex-jogador da NBA Nate Robinson e viralizou nas redes sociais. A partir daí, outras celebridades e ex-atletas se arriscaram neste universo, como Logan Paul, irmão de Jake, o youtuber KSI, e o aposentado Floyd Mayweather, por exemplo.

➡️ Anderson Silva x Sonnen: entenda por que evento não tem venda de ingresso ao público

A onda chegou de vez no Brasil em janeiro de 2022, com a realização do primeiro Fight Music Show. A luta principal, entre o Popó de Freitas e o humorista Whindersson Nunes, foi um sucesso estrondoso e gerou vendas de 200 mil pacotes de pay per view e lucro de mais de R$ 13 milhões.

O sucesso das grandes lutas de boxe decorre da forma como são promovidas e comunicadas. Logicamente o conteúdo esportivo é importante, mas sem planejamento e aplicação corretos não se obtém o resultado financeiro e de visibilidade esperados
—Fábio Wolff, sócio-fundador da Wolff Sports, agência que tem exclusividade na gestão de imagem e patrocínio de Royce Gracie, lenda do MMA

💸 Os valores por trás das lutas de boxe

Impulsionados por provocações dos lutadores nas redes sociais, os eventos atraem interesse do público e da mídia. A partir daí vêm grandes ganhos financeiros com a venda de ingressos, patrocínios, direitos de transmissão e pay-per-view.

Para atrair os protagonistas das lutas, os organizadores oferecem bolsas milionárias. O influenciador Kléber Bambam, por exemplo, teria faturado mais de R$ 10 milhões para encarar Popó em fevereiro deste ano.

Além do dinheiro, outros fatores ajudam a explicar o interesse de ex-atletas em participar deste tipo de evento, como a vontade de estender a carreira sem o desgaste de um camp de MMA e a busca por conteúdo para as redes sociais.

Anderson Silva vai enfrentar Chael Sonnen neste sábado em luta de boxe (Foto: Divulgação/Spaten)