Números e suas interpretações: demissão de Hansi Flick e recorde de Neymar

Seguimos nas chamadas datas Fifa, que já fizeram rolar uma cabeça importante. O treinador da seleção alemã, Hansi Flick, foi demitido após uma derrota por 4 a 1 para o Japão. Para falar de números, Hansi dirigiu a seleção do seu país por 25 partidas e teve um aproveitamento de 57%.

Com isso eu me pergunto: não era a Alemanha o maior exemplo de trabalho longevo e que seria o mais novo paradigma do futebol mundial após a conquista da Copa do Mundo de 2014?

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Não era a mesma Alemanha, que investiu em centros de formação ao redor do país, após uma eliminação da Eurocopa na década de 90 e estes “tedescos” foram eliminados na primeira fase das Copas de 2018 e 2022? Números, caro leitor, números.

Voltemos para o nosso futebol. Na vitória de 5 x 1 contra contra a Bolívia, pelas eliminatórias da Copa de 2026, Neymar marcou o seu 79º gol oficial vestindo a camisa da Seleção Brasileira. Números.

De acordo com os critérios da Fifa, Neymar ultrapassou Pelé, porque nas contas dela, só estão computados jogos entre seleções. Interpretação dos números.

Neymar foi homenageado pela CBF, que considera Pelé o maior artilheiro, porque nas suas contas estão considerados todos os adversários que a seleção brasileira enfrenta, sejam eles times ou seleções. Interpretação dos números.

O brilhante jornalista e meu conterrâneo, Thales Machado, dissecou os gols de cada um, através da “qualidade” do adversário enfrentado. Acredito que fez isso na intenção de manter viva a memória do mais famoso tricordiano (quem nasce em Três Corações) do mundo. Eu, como bom tricordiano que sou, gostei muito. Números e suas interpretações.

+ Um novo capítulo da Seleção Brasileira: a era Diniz

Outros jornalistas, influenciadores e curiosos do futebol também fizeram sua interpretação, algumas dignas de questionamento e outras, que conseguiram diminuir, mais uma vez, o feito do craque brasileiro, e são dignas e merecedoras do meu mais absoluto desprezo.

Hoje às 23h teremos o segundo jogo da era Diniz, contra a não tão frágil seleção do Peru, em Lima.

Os números seguirão frios. As interpretações seguirão soltas. 

Aliás, não podemos confundir interpretação com narrativa. Pensa nisso!

* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!

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