O Brasileirão melhorou, e muito, como produto
Há muita justificativa por trás do quinto lugar alcançado pelo Brasileirão em média de público mundial
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Um interessantíssimo levantamento, publicado nesta semana aqui no Lance! Biz, mostrou que o Campeonato Brasileiro possui a quinta maior média de público presente nos estádios do mundo.
Este resultado comprova a recente evolução do Brasileirão como produto que impactou não somente seus patrocinadores e parceiros de transmissão, mas também na experiência do seu principal cliente, o torcedor. Isso se explica por fatores como estádios, dias/horários de jogos, venda de ingressos, qualidade do espetáculo e qualidade das equipes.
A Copa de 2014 trouxe uma nova era para os estádios de futebol no país. Além dos 12 escolhidos para sediar o Mundial, outras modernas arenas, como Allianz Parque, Arena do Grêmio, e Arena MRV, mais recentemente, foram erguidas.
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Esta nova fase trouxe instalações confortáveis com cadeiras em quase sua totalidade, mais opções de alimentação (algumas interessantes volta e meia figurando no @FootyScran), banheiros razoáveis e estacionamento no próprio local. Assistir a um jogo de futebol no estádio em 2023 é definitivamente uma experiência mais cômoda que anos atrás.
Novos dias e horários foram criados visando levar novos públicos aos estádios. A partida no domingo às 11h, da qual sou fã, é um sucesso. Famílias com crianças pequenas costumam frequentar estes jogos que se caracterizaram por ter estádios cheios com ambientes mais tranquilos que os de costume.
A noite de segunda foi outra janela aberta que fornece uma opção interessante de entretenimento para um dia normalmente morto da nossa semana. Por fim, com os ajustes de calendário, que ainda precisa melhorar bastante, esta edição tem mais rodadas aos finais de semana que as anteriores, o que favorece a presença in loco.
Outro fator importante é o processo de venda de ingressos que facilitou em muito a vida do torcedor. Comprar ingressos para assistir aos jogos hoje é uma tarefa muito mais simples do que no passado. Na grande maioria das arenas, isto é possível por meio de qualquer dispositivo conectado à Internet que pode carregar o ingresso diretamente na carteirinha de sócio ou gerar um e-ticket.
Aqui vale menção honrosa para o Allianz Parque que criou um sistema impressionante de reconhecimento facial que o fã precisa apenas levar o seu rosto para entrar no estádio. Experimentei esta tecnologia dias atrás e fiquei impressionado com a velocidade de resposta do sistema que incrementa a segurança do espetáculo e inviabiliza o cambismo.
A qualidade do espetáculo em campo também merece destaque. Aqui não me refiro ao aspecto técnico, mas sim de como o evento também melhorou em relação ao passado recente:
✔️ As medidas dos campos foram padronizadas (105x68m)
✔️ As traves são iguais em todos os estádios.
✔️ O campeonato possui um protocolo com a mesma identidade visual em todos os 380 jogos realizados.
✔️ Estes possuem um nível de atraso baixíssimo, começando no horário em quase sua totalidade.
✔️ O número de pessoas em campo também reduziu (lembra dos 58976 repórteres sufocando o Romário com microfones em 1995?), deixando um aspecto limpo para o torcedor apreciar o espetáculo.
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Por fim, agora sim me refiro ao aspecto técnico. Por mais que nossos craques continuem a sair muito cedo para o futebol estrangeiro, temos sim equipes de qualidade em nossos gramados. Os clubes brasileiros passam por um período de hegemonia nas competições sul-americanas jamais visto. Se não bate campeão, ao menos lota as semifinais com representantes, indicando uma qualidade técnica superior às épocas passadas.
Jovens craques sul-americanos estão optando por jogar aqui no país, como exemplos dos convocados Augstín Cannobio (24 anos, Athletico-PR/Uruguai), Richard Ríos (23 anos, Palmeiras/Colômbia) e John Arias (25 anos, Fluminense/Colômbia). E os veteranos também, casos de Luiz Suarez (Grêmio/Uruguai), James Rodriguez (São Paulo/Colômbia) e Enner Valencia (Internacional/Equador).
Ou seja, há muita justificativa por trás do quinto lugar alcançado em média de público pelo Brasileirão. O torcedor tem muitos motivos sim para ir ao estádio, especialmente em comparação a um passado não muito distante.
A competição incrementou muito como produto gerando mais valor ao seu principal interessado que é o torcedor de clube. Se ajustes mais finos forem feitos no calendário, deixando rodadas apenas nos finais de semana, e nos ingressos, com preços mais atrativos especialmente nos jogos de menor apelo, certamente o Brasileirão poderá brigar pelo pódio neste ranking.
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!
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