Considero Marcos Braz, vice-presidente de futebol, um dirigente daqueles bem preparados para suportar toda a pressão de comandar o futebol de um clube do porte e grandeza do Flamengo.
No jargão mineiro, Marcos Braz seria chamado de lombo duro. No carioca, ele seria um casca grossa, no gaúcho, um bagual.
O mínimo que pode se dizer a respeito do dirigente carioca, também vereador eleito pelo RJ e primeiro suplente na Câmara dos Deputados, é que ele é um dirigente vencedor, com um currículo invejável: Campeão Brasileiro em 2009, 2019, 2020, da Copa Libertadores em 2019 e 2022 e da Copa do Brasil em 2022, só para citar os mais relevantes.
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Os seus métodos ou competências podem ser até questionados ou diminuídos, quando falamos de sua vida como gestor esportivo. Porém, ao olharmos para o ocorrido com ele nesta semana, temos que humanizar a análise.
É bem mais simples dar opinião de como as pessoas devem se comportar em situações adversas sentado na poltrona do sofá e no ar condicionado do que tomar decisões na hora que a agressão acontece de fato.
Não podemos tratar causa como consequência, nem vítima como agressor. O poste não pode urinar no cachorro. A reação do agredido não pode ser medida sem enxergar a ação do agressor, quem começou a discussão.
Marcos Braz é o vice-presidente de futebol do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
Vivo no esporte há décadas e acompanho a atuação do Marcos Braz como dirigente há anos, e nunca presenciei ou ouvi dizer que ele tenha destratado ou desrespeitado o principal patrimônio do clube: o torcedor flamenguista. Até porque não seria nada inteligente, uma vez que o torcedor do Flamengo também é seu eleitor na política partidária do Rio de Janeiro.
Ser agredido, mesmo que verbalmente, na presença de um filho ou filha, esta acompanhada de amigas, é algo que somente quem já passou sabe como é (e aqui me coloco nesse lugar de fala por já ter vivido isso): é impensável, “impreparável” e de resposta absolutamente incontrolável. Mexe com os brios do ser humano e do pai.
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Não cabe a mim, como profissional da gestão esportiva, avaliar o trabalho de Marcos Braz por não ter elementos suficientes para tal. Mas, como pessoa, acredito, me solidarizo com o Marcos, e discordo da narrativa de quem o coloca como agressor.
Ele foi vítima de uma agressão na frente de sua filha, e reagiu como um pai. Respondeu numa proporção que, talvez agora de cabeça fria e refletindo, não fizesse. Porém uma coisa é falar sobre touros e toureiros, outra completamente diferente é estar dentro da arena.
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!