Por Stephanie Figer
O futebol, como esporte global que une pessoas de diferentes origens e culturas, está testemunhando uma crescente tendência de jogadores com dupla cidadania representando diversas seleções nacionais.
Ter dupla cidadania pode trazer vantagens significativas, dependendo dos objetivos de carreira de cada jogador. Isso ocorre devido à possibilidade de expandir horizontes e jogar em outros países.
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Mais chances de jogar no exterior
Assim como habilidades e critérios específicos podem aumentar a probabilidade de uma pessoa ser contratada por uma empresa internacional, no futebol, também há fatores que influenciam a contratação de um jogador por um clube. Geralmente, todas as federações estabelecem limites para a presença de estrangeiros nas equipes e por esse motivo, a tendencia é que os clubes contratem em sua maioria atletas do próprio país ou com dupla cidadania.
No Brasil, por exemplo, um time pode inscrever quantos atletas estrangeiros quiser, mas só pode levar sete deles para cada jogo.
Na Europa, particularmente, temos uma condição diferente. Isso porque as regras por lá são regidas pela chamada Lei Bosman, uma norma histórica no âmbito da União Europeia que determina que, entre os cidadãos de países da União Europeia, há livre circulação e, assim, não há restrições. Por exemplo: um jogador de futebol Português não é considerado estrangeiro na Alemanha. Um jogador de futebol Espanhol não é considerado estrangeiro na Itália e assim por diante.
A dupla cidadania permite ao jogador atuar por outra seleção
Poucos são os jogadores de futebol que chegam à seleção. No caso da Seleção Brasileira, a concorrência é enorme visto que temos muitos jogadores qualificados, porém a convocação é restrita a até no máximo 26 atletas. Nesse caso, se você tiver a dupla cidadania, você pode aspirar jogar pela outra seleção. Alguns jogadores que tiveram essa oportunidade:
✔️ Emirados Árabes: Caio Canedo (Al-Wasl) e Fábio Lima (Al Wasl).
✔️ Espanha: Rodrigo (Al-Rayyan) e Thiago Alcântara (Liverpool).
✔️ Portugal: Matheus Nunes (Manchester City), Otávio (Al-Nassr) e Pepe (Porto).
✔️ Ucrânia: Júnior Moraes (ex-Corinthians) e Marlos Bonfim (ex-Athletico-PR).
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E como funciona o processo de mudança de seleção?
Em 2020, a Fifa revisou suas regras para permitir aos jogadores a troca de seleção. Anteriormente, um único jogo oficial por uma seleção impedia essa mudança, mas agora é possível jogar até três jogos oficiais (excluindo a Copa do Mundo ou torneios continentais), desde que o jogador tenha jogado antes dos 21 anos ou apenas em amistosos. Além disso, um jogador deve esperar três anos após o jogo da primeira seleção antes de mudar para outra.
Por fim, a dupla cidadania oferece vantagens notáveis para jogadores de futebol, abrindo portas em diferentes continentes. Embora aquisição da dupla cidadania não exija seu uso, ela pode ser uma ferramenta valiosa para jogadores que buscam oportunidades no exterior.
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!