A coragem que o atacante Calleri teve de expor uma fragilidade, mesmo após um “momento” de sucesso, acendeu mais uma vez o sinal de alerta sobre o tema saúde mental.
Ao longo da minha carreira, convivi com aquilo que autodenominei de DPT (depressão pós título). O meu foco em conquistar campeonatos era tão grande que quando atingia a tão desejada conquista, poucos minutos após a euforia da vitória, eu era invadido por uma sensação de vazio que me preenchia e chegava a durar semanas.
+ Coluna do Felipe Ximenes: Dicas para um jovem gestor
Por incrível que pareça, nas derrotas, o vazio nunca me preencheu, porque a minha cobrança interna sempre serviu como combustível para seguir em frente e reverter o quadro.
Calleri em ação pelo São Paulo (Foto: Rubens Chiri/São Paulo)
Demorei a entender esse processo. Demorei mais ainda para aceitar e buscar ajuda profissional. Hoje, não somente entendo, como me sinto preparado para auxiliar atletas, treinadores e outros profissionais a tomarem consciência disso.
+ São Paulo, Flamengo, Dorival Jr e os Deuses do Futebol
Espero que o excelente atacante do São Paulo já esteja sendo acompanhado por um profissional da área, e que sua atitude tenha encorajado outros atletas a darem a real importância para a saúde mental e emocional, seja no esporte de alto rendimento ou na vida diária de todos nós.
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!
> Confira mais conteúdos de Felipe Ximenes no Instagram e LinkedIn