‘Se as bets saírem, o futebol brasileiro não se sustenta’, diz especialista
Clubes do País atuam com receitas projetadas; contratos de patrocínio dispararam
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Nada menos do que 18 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro são atualmente patrocinados por casas de apostas. E, se por um lado isso tem representado um incremento grande nas receitas, por outro traz um aspecto perigoso: a dependência desse tipo de investimento. Para Fábio Wolff, sócio da Wolff Sports e Marketing, uma eventual fuga das bets traria grandes transtornos para o futebol do País.
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— [A Wolff Sports e Marketing] tem 108 clubes fechados, entre nacionais e internacionais, e muitos negócios realizados nessa indústria. A indústria de apostas hoje é fundamental para o ecossistema do futebol brasileiro. Essa é a grande verdade — disse o executivo, durante participação em um painel no SBC Summit Rio, principal evento de apostas esportivas e iGaming do Brasil, que foi realizado até esta quinta-feira (27), no Rio.
— Se as casas de apostas, por algum motivo legislatório ou o que quer que seja, tiverem que sair, o futebol brasileiro não se sustenta, porque todo o planejamento é feito em cima de receitas projetadas — acrescentou Fábio Wolff.
O sócio da agência de marketing esportivo, cuja empresa atua há quase duas décadas no mercado, afirmou que os patrocínios das bets no futebol aumentaram, e muito, os contratos com os clubes brasileiros.
— Os valores que hoje as casas de apostas investem nos patrocínios são valores até 15 vezes maiores do que empresas de outros segmentos. Tem um clube da Série A — que eu não vou dizer qual é, obviamente — que fechou patrocínio com uma casa de apostas na parte da frente da camiseta. Essa casa de apostas investe R$ 35 milhões. Esses dias eu liguei para esse mesmo clube e pedi a proposta [para patrocínio nas] costas uperior, que antigamente constituía o espaço master, na frente e atrás. E ele me passou um valor de R$ 3,5 milhões. Por aí vocês já podem comprovar o que eu estou falando.
Valores de patrocínios das bets no futebol atingiram o teto
Apesar desse aumento nos valores investidos, Fábio Wolff acredita que os contratos de patrocínios com as bets atingiram o teto. Ele citou os casos de Flamengo, Corinthians e Palmeiras, cujos acordos com casas de apostas são apontados como os mais altos do Brasil.
— Eu não acredito que esses contratos vão subir mais do que já estão. São contratos que estão no nível, por exemplo, de uma Internazionale de Milão.
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