Sportradar: combate a esquema de apostas deve ser feito em canais adequados
Gerente diz que acusações infundadas em redes sociais atrapalham

- Matéria
- Mais Notícias
Tem se tornado comum: um gol contra estranho, um cartão meio fora de contexto ou uma falta mal marcada viraram motivo para torcedores irem às redes sociais e levantarem dúvidas sobre se não há envolvimento em esquemas de apostas. Às vezes, até mesmo dirigentes sugerem manipulação de resultados. Mas, para Felippe Marchetti, gerente de Parcerias da Sportradar na América Latina, esse tipo de acusação mais atrapalha do que ajuda no combate à manipulação de apostas.
Relacionadas
➡️Confira a agenda de palestras do SBC Summit Rio
— Existem canais de denúncias apropriados quando você tem uma desconfiança em uma manipulação — disse Marchetti, após participar de um painel no SBC Summit Rio, principal evento de apostas esportivas e iGaming do Brasil, que acontece no Rio.
— Quando você coloca em xeque de maneira pública, sem levar para esses canais, você coloca em xeque toda a credibilidade do setor, tanto de apostas quanto do próprio esporte. São pessoas que desenvolvem trabalhos sérios dentro dos seus grupos, que têm famílias para sustentar — lembrou o representante da Sportradar.
No início do ano, a empresa, que é referência mundial no monitoramento de partidas, divulgou relatório em que apontou que o número de jogos suspeitos de manipulação de resultados caiu 17% no mundo todo em 2024. Foram 721 casos, ante 881 no ano anterior. No Brasil, a redução foi ainda mais acentuada, de 48%.
Sportradar: Mercado ilegal é principal origem de esquemas de manipulação
Marchetti ressaltou que o mercado ilegal representa entre 60% e 70% do mercado mundial de apostas, e que é nesse grupo que surgem os maiores riscos de manipulação.
— Muito que a gente tem por trás é o crime organizado operando, tanto o crime organizado nacional, quanto o crime organizado internacional. Eles utilizam pessoas que são do meio do esporte para dar credibilidade à oferta. Porque uma coisa é chegar um cara lá da Rússia, do leste europeu ou da Indonésia, e fazer uma oferta para um jogador perder uma partida. Outra é chegar um jogador que jogou com ele, que ele conhece, que ele é parceiro, que vai pro vestiário e fala “pode fazer que não dá nada, não tem problema” — considerou.
Mas o representante da Sportradar insistiu que não se deve levantar suspeitas públicas.
— É importante não repercutir muito essas falácias, que são ditas muitas vezes por dirigentes de alto escalão, que querem muito mais aparecer do que realmente combater o problema de uma maneira séria — ponderou.
— É preciso um trabalho de informação que mostre o que é manipulação, como é feito esse trabalho de detecção, de monitoramento, e quais são os processos que levam a uma investigação até chegar a uma condenação.

Tudo sobre
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias