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Desde quando o futebol é profissional no Brasil?

Descubra como e quando o futebol deixou de ser amador e se tornou profissional.

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imagem cameraO Vasco da Gama foi um dos clubes pioneiros na profissionalização do futebol no Brasil, desafiando a elite esportiva em 1923. (Matheus Lima / Vasco da Gama)
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Lance!
São Paulo
Dia 02/03/2025
07:37
Atualizado em 28/02/2025
18:30

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O futebol no Brasil passou por uma longa transição entre o amadorismo e o profissionalismo. Desde sua popularização na década de 1920 até a regulamentação oficial do profissionalismo na década de 1930, o esporte foi alvo de debates e mudanças estruturais que transformaram a modalidade na grande paixão nacional. O Lance! te conta sobre o futebol profissional no Brasil.

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A popularização do futebol e o início da profissionalização

Durante a década de 1920, o futebol no Brasil começou a se expandir e conquistar um público cada vez maior. O crescimento da popularidade do esporte fez surgir uma questão importante: a transição do amadorismo para o profissionalismo. Enquanto a elite esportiva defendia o futebol como um lazer sem fins lucrativos, a prática do esporte entre operários começou a demonstrar uma nova realidade.

Os primeiros indícios de remuneração dos jogadores surgiram em clubes operários. Empregadores perceberam que incentivar o futebol entre seus trabalhadores trazia benefícios tanto para a imagem das fábricas quanto para a produtividade dos funcionários. Assim, atletas passaram a receber incentivos como prêmios em dinheiro, folgas para treinar e trabalho menos pesado dentro das fábricas. Esse modelo foi denominado de "operário-jogador" e marcou os primeiros passos do profissionalismo velado no país.

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O futebol, que antes era praticado majoritariamente por membros da elite brasileira, passou a ser cada vez mais acessível às classes populares. O surgimento de times formados por trabalhadores e pessoas de baixa renda foi fundamental para a transformação do esporte. Clubes como o Bangu, que possuía forte ligação com a indústria têxtil, foram pioneiros nesse processo ao inserir jogadores operários em suas equipes.

O Vasco da Gama e a revolução no futebol brasileiro

Em 1923, o Vasco da Gama revolucionou o futebol carioca ao conquistar o Campeonato Carioca com um time composto por operários, negros e jogadores de baixa renda. O sucesso do clube incomodou a elite do futebol, que via com resistência a inclusão de classes populares no esporte. Como resposta, a Liga Metropolitana dos Desportos Terrestres (LMDT), dominada por clubes tradicionais, impôs novas regras que excluíam jogadores sem emprego formal, analfabetos e aqueles que tiravam sua renda de trabalho manual.

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O Vasco, no entanto, recusou-se a se desfiliar de seus jogadores e respondeu com a "Resposta Histórica", uma carta em que reafirmava seu compromisso com a inclusão no futebol. Esse episódio marcou um dos primeiros confrontos diretos entre amadorismo e profissionalismo no Brasil.

O exemplo do Vasco impulsionou outros clubes a adotarem um modelo mais inclusivo, permitindo que jogadores talentosos, independentemente de sua origem, pudessem competir no mais alto nível. Aos poucos, essa mudança ajudou a quebrar as barreiras sociais que antes limitavam o acesso ao futebol profissional.

Futebol profissional no Brasil

A década de 1930 foi decisiva para o reconhecimento do futebol como uma atividade profissional. Clubes como Vasco, Fluminense, América e Bangu pressionaram por uma mudança na estrutura do esporte, permitindo que atletas fossem formalmente remunerados. E o futebol profissional no Brasil começou a se expandir.

Em 1933, foi fundada a Liga Carioca de Football (LCF), a primeira entidade do Brasil a reconhecer oficialmente o profissionalismo no futebol. No mesmo ano, a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) também adotou o modelo profissional. Ambas romperam com a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e criaram a Federação Brasileira de Futebol (FBF), que obteve o reconhecimento da FIFA.

O profissionalismo trouxe consigo novas oportunidades e desafios. Jogadores passaram a enxergar o futebol como uma verdadeira carreira, o que incentivou a profissionalização de treinadores, árbitros e dirigentes. Além disso, os clubes precisaram se adaptar a um cenário em que contratos e salários se tornavam partes essenciais da gestão esportiva.

O fim do amadorismo e a consolidação do profissionalismo

A resistência ao profissionalismo durou mais alguns anos, mas a realidade do futebol mundial tornou insustentável a manutenção do amadorismo. Em 1937, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) finalmente aceitou o profissionalismo, marcando o fim definitivo da era amadora do futebol no Brasil.

Com a regulamentação, os clubes puderam formalizar contratos, pagar salários e estruturar melhor suas equipes. A mudança foi essencial para que o Brasil se tornasse uma potência do futebol, abrindo caminho para a formação de grandes jogadores e a profissionalização do esporte em todos os níveis.

A partir desse momento, o futebol brasileiro entrou em uma nova fase de crescimento. Grandes ídolos começaram a surgir, e o esporte passou a ser visto não apenas como entretenimento, mas também como uma indústria. Nos anos seguintes, a popularidade do futebol no Brasil continuou a crescer, culminando na criação de torneios nacionais e na conquista dos primeiros títulos internacionais.

A profissionalização também influenciou a organização do futebol no país. A criação de torneios como o Campeonato Brasileiro, décadas mais tarde, foi um desdobramento desse processo. O desenvolvimento de estruturas mais sólidas dentro dos clubes e a valorização dos jogadores profissionais foram essenciais para que o Brasil se tornasse um dos maiores exportadores de talentos no futebol mundial.

Hoje, o futebol é um dos pilares da identidade cultural brasileira. A transição para o profissionalismo foi um passo crucial para consolidar a posição do Brasil como uma das maiores potências do esporte no mundo. A história do futebol brasileiro demonstra como a resistência ao novo pode ser superada pela paixão, talento e determinação dos jogadores e torcedores.

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