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Máfia do Apito: relembre como foi o escândalo de arbitragem do Brasileirão em 2005

Veja os detalhes da operação contra o maior escândalo do futebol brasileiro

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imagem cameraConfira os detalhes do maior escândalo de arbitragem do Brasil (Foto: Reprodução)
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Lance!
Rio de Janeiro
Dia 08/11/2024
11:00
Atualizado em 08/11/2024
16:56

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A Máfia do Apito foi o maior escândalo de arbitragem que já aconteceu no futebol brasileiro, e não seria exagero falar também do próprio esporte do Brasil. O esquema de manipulação de resultados no esporte mais famoso do país chocou os brasileiros em 2005, quando toda a situação foi exposta pelo jornalista, André Rizek. O Lance! te conta todos os detalhes sobre o esquema da Máfia do Apito.

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O que foi o caso da "Máfia do Apito"?

Há quase 20 anos, o futebol brasileiro tomava o seu principal golpe em sua credibilidade com a exposição de um esquema de manipulação de resultados, divulgado pelo jornalista André Rizek, que na época trabalhava para a Revista Veja.

Árbitro Edílson Pereira de Carvalho foi o grande pivô da Máfia do Apito (Foto: Reprodução)
Árbitro Edílson Pereira de Carvalho foi o grande pivô da Máfia do Apito (Foto: Reprodução)

O centro do caso de manipulação girava em torno do árbitro Edílson Pereira de Carvalho, filiado à Federação Paulista de Futebol e um dos dez juízes que eram também filiados à Fifa. O esquema foi revelado no dia 23 de setembro de 2005 e no dia seguinte da divulgação, o árbitro foi preso em sua casa, em Jacareí.

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Ao mesmo tempo, a Polícia Federal deteve, em uma boate, o empresário Nagib Fayad, o "Gibão", que era apontado pelas investigações como o grande mentor por trás do esquema da Máfia do Apito. Além destas duas figuras, o árbitro Paulo José Danelon também estava presente neste esquema de manipulação de resultados.

Edílson e Fayad ficam em prisão temporária por cinco dias, assim como o empresário Wanderlei Pololi, que foi acusado de realizar a intermediação entre os dois árbitros com Nagib Fayad. Além disso, Armando Marques, então presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, pediu a renúncia do seu cargo, enquanto Ricardo Teixeira, presidente da CBF, eximiu a entidade da responsabilidade sobre o caso de manipulação.

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As investigações por trás do esquema da Máfia do Apito

De acordo com as investigações promovidas pela Polícia Federal sobre a Máfia do Apito, Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon estavam interferindo nas partidas em que eram escalados para beneficiar apostadores, que eram comandados por Fayad. Segundo a apuração, os juízes recebiam R$10 mil por cada partida manipulada.

Ao longo da apuração feita, os juízes teriam apitado ao menos 40 jogos suspeitos, por Libertadores, Sul-Americana, Campeonato Paulista e nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro. No entanto, apenas os jogos da primeira divisão do Brasileirão foram realizados novamente, já que outros campeonatos já haviam acabado ou estavam sobre a tutela da Conmebol.

O caso acabou estourando durante o Campeonato Brasileiro do ano de 2005, no qual 11 partidas tiveram que ser jogadas novamente. A decisão acabou beneficiando o Corinthians, que pôde jogar novamente duas partidas contra São Paulo e Santos, as quais havia perdido.

O Corinthians venceu o Santos depois da decisão de jogar novamente esta partida devido à Máfia do Apito (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press)
O Corinthians venceu o Santos depois da decisão de jogar novamente esta partida devido à Máfia do Apito (Foto: Reginaldo Castro/LANCE!Press)

Como isso impactou o Campeonato Brasileiro?

Depois de sair derrotado desses dois clássicos, o Corinthians conquistou uma vitória contra o Santos e um empate contra o São Paulo, o que alterou diretamente a tabela final do Brasileirão daquele ano de 2005.

Assim, a Máfia do Apito alterou diretamente a classificação final, já que, com os novos resultados, o Timão foi o grande campeão nacional daquele ano. Caso os resultados tivessem se mantido do jeito que estavam antes da divulgação do caso de manipulação, seria o Internacional que sairia como vencedor do Brasileirão.

O que aconteceu com os criminosos?

Após as investigações, Edílson Pereira de Carvalho e Danelon foram excluídos do futebol e se tornaram réus em uma ação penal, assim como Fayad e outros quatro participantes da máfia. Após serem acusados por estelionato e formação de quadrilha, o processo acabou sendo suspenso, já que o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou que nenhum crime foi cometido (as fraudes esportivas só foram tipificadas em 2010, com a inclusão de um artigo no Estatuto do Torcedor).

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