O Flamengo já havia caído na fase de grupos. Ontem foi a vez de Palmeiras e Atlético-MG. Os três clubes que mais investiram no futebol brasileiro, que começaram a temporada como favoritos e papa-títulos terminam de forma melancólica a participação no mais importante campeonato do ano. E longe de atingir seus objetivos. O que fica, depois do desastre, é a constatação de que dinheiro não é tudo.
Contratações milionárias não bastam. Nada disso funciona sem que haja um planejamento efetivo. Sem que se monte um time equilibrado, com critério, qualidade e não quantidade, posição por posição. Sem que se aposte em um trabalho verdadeiramente de longo prazo, que se crie um jeito de jogar que inclua o aproveitamento da base, que não se troque de técnico por trocar de técnico, que não se cace bruxas a cada mal resultado. Há erros evidentes no futebol desses três clubes. Há um semestre pela frente – o Rubro-Negro ainda joga a Sul-Americana e a Copa do Brasil, é verdade. Mais do que olhar o presente, contudo, é hora de pensar no futuro. E fazer do naufrágio da Libertadores e do desafio do Brasileirão não o fim, mas o início de um projeto que vá além, simplesmente, de abrir o cofre.
Além do prejuízo esportivo, perdas financeiras. A exemplo do que já aconteceu com o Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG vão deixar de faturar alto com a eliminação de ontem. Logo de cara, Galo e Palestra perdem R$ 3 milhões cada um, que é a cota de participação nas quartas de final da Libertadores. E isso sem contar a receita de bilheteria que os dois clubes teriam com os jogos decisivos dos mata-matas. Vale lembrar que, neste ano, a Conmebol ajustou os valores da premiação dos clubes. O montante pago em dólares durante toda a Libertadores será de US$ 98,9 milhões (R$ 312 milhões). As informações são da coluna De Prima.
DONOS DA NOITE: Dois personagens roubaram a cena na noite quente dessa quarta-feira. No Allianz Parque, apesar da derrota do Palmeiras, Moisés foi um gigante. Entrou no intervalo e mudou o time. Armou a jogada e fez o gol da vitória no tempo normal, com um drible de corpo em Caicedo e um chute preciso com a mesma perna esquerda que o tirou do futebol por cinco meses. Sentiu de novo o joelho, mas ficou em campo, ainda cobrou um pênalti certeiro, mancando, claramente no sacrifício, Enquanto isso, na Arena do Urubu, um menino de 45 milhões de euros (mais de R$ 160 milhões) desencantava de uma vez por todas. Apenas um minuto depois de entrar em campo, Vinicius Junior fez o seu primeiro gol como profissional do Flamengo. Com toda a família assistindo da arquibancada. Emocionante. Aos 17 anos, não se deslumbrou, esbanjou humildade: “Apenas empurrei a bola para rede”, contou. Como se isso fosse simples.