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Ao LANCE!, Alex fala do início da carreira de técnico e aposta em brasileiros na final da Libertadores

Experiente no assunto, o ex-meia analisou os confrontos de semifinal do torneio sul-americano, dentro e fora de campo, e ainda falou do planejamento para se tornar treinador

Alex é o novo parceiro da Betfair.net (Foto: Divulgação/@betfair.net)
imagem cameraAlex analisou os confrontos de semifinal da Libertadores e aposta em Palmeiras x Santos na final (Foto: Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 12/01/2021
00:05
Atualizado em 13/01/2021
07:00

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Um dos melhores e mais inteligentes jogadores de sua geração, Alex está prestes a iniciar uma nova etapa na carreira. Após sua notável trajetória como atleta profissional e sua enriquecedora passagem como comentarista esportivo, o craque ex-Coritiba, Palmeiras e Cruzeiro vai iniciar seu caminho como treinador. Antes disso, porém, ele contou como foi esse processo e aproveitou para analisar os confrontos de semifinal da Libertadores.

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Em entrevista ao LANCE!, Alex disse apostar em uma decisão brasileira no Maracanã, e ponderou as situações dentro e fora de campo que englobam esse tipo de confronto em uma competição tão complexa quanto essa. Além de colocar suas fichas em um Palmeiras x Santos no dia 30 de janeiro, ele acredita que as duas equipes são as melhores em ambos os confrontos dessa fase.

- Minha aposta é pelos brasileiros. O Santos conseguiu empatar em Buenos Aires, Palmeiras também teve uma belíssima vitória. Então, essa vantagem, principalmente a do Palmeiras, eu creio que será comprovada, e fica minha torcida e minha aposta para que as duas equipes brasileiras possam fazer a final no Maracanã - disse o ídolo do turco Fenerbahçe.

Confira a entrevista completa de Alex ao LANCE!:

Acreditava que o Palmeiras sairia da Argentina com um placar de 3 a 0 em cima do River Plate?
​O Palmeiras deixou fácil, se nós lembrarmos o início do jogo, a estratégia montada pelo Abel (Ferreira) e executada pelos jogadores teve alguns probleminhas, o River Plate teve algumas oportunidades, mas a partir do gol do Rony, o River desabou e o Palmeiras dominou o jogo. Fez três, poderia ter feito mais. Quando a gente olha 3 a 0, parece que a coisa foi fácil, mas tudo o que eles imaginaram, combinaram, correu tudo da maneira perfeita e fez com que o Palmeiras voltasse para o segundo jogo com uma vantagem extraordinária.

O River Plate tem sido um dos grandes clubes da América do Sul nos últimos anos, com um trabalho longevo e sempre favorito na Libertadores, mas tomou um 3 a 0 logo de cara. Você acha que isso abalou o elenco dos argentinos?
Mexe, claro que mexe, até porque se nós olharmos para o pré-jogo, o River Plate era o favorito, então é normal que mexa, até o jogo do final de semana (derrota por 2 a 0 para o Independiente) você já viu um time desanimado, um time diferente do que a gente via antes desses jogos, mas não dá para tratar como uma eliminatória já definida, porque a gente já viu muita coisa no futebol, o River Plate é um clube muito vencedor, acredito que será um jogo duro, complicado, mas que a vantagem de 3 a 0 é muito grande.

E da parte do Palmeiras? Como lidar com a empolgação do 3 a 0 e ao mesmo tempo manter a concentração para confirmar a classificação dentro de casa?
​É aquilo que a gente brinca: tão perto e tão distante ao mesmo tempo. É difícil, porque tem a ansiedade de saber que está tão próximo, tem um 3 a 0 a seu favor, mas é muito melhor ter esse sentimento, do que o sentimento do River Plate. E o controle é jogar o que o Palmeiras está jogando, a hora que está sem a bola sabe o que vai fazer, a hora que está com a bola também sabe, é um time que tem consciência do que precisa fazer... O Abel oferece algumas ideias para os jogadores, e o jogadores têm executado da melhor maneira possível, vamos ver o que o Abel imagina para o jogo, como esses jogadores vão jogar... É uma ansiedade gostosa fazer com que os 90 minutos aconteçam, que se comprove o que foi feito em Buenos Aires, para que você comece a imaginar o que vai ser e quem vai ser na decisão no fim de janeiro.

Na outra semifinal, o Santos fez um grande jogo na Argentina, atuando de igual para igual na Bombonera, mas teve um pênalti claro não marcado. Essa desconfiança em relação aos árbitros mexe com o emocional do jogador?
​O bastidor, a arbitragem, são sempre relevantes, são sempre comentados, sempre existe uma atenção em cima disso, ainda mais quando você vem para uma segunda perna de um confronto eliminatório, com um erro grotesco no primeiro jogo. Aquele lance do Marinho não precisava nem de revisão do VAR, foi muito pênalti, o árbitro não deu não sei o porquê, deve ter as razões dele.

Eu vivenciei isso contra o Boca Juniors na Libertadores de 2000 e de 2001, na final e na semifinal. É complicado, não é fácil de jogar com isso, mas o Santos, assim como o Boca, é um gigante do futebol sul-americano, tricampeão da América, está indo atrás do tetracampeonato, dentro de casa tem que fazer valer seu jogo, tentar se impor da melhor maneira possível. Esse tema da arbitragem, dos bastidores, ele surge, mas no campo você tem que procurar esquecer isso um pouco, fazer o possível e o impossível para superar o Boca, e o que venha a acontecer no campo para chegar na decisão.

Em 1999, pelo Palmeiras, vocês perderam fora de casa por 1 a 0 e resolveram no Palestra Itália com um 3 a 0 diante de uma arquibancada lotada, jogando junto com time, o que não haverá agora. O quanto pode fazer diferença?
​Pesa para o futebol, não só para o Palmeiras, para qualquer equipe, não só na Libertadores, em qualquer competição. Quando você é criança, você imagina que vai jogar em um estádio cheio, com a torcida te apoiando, ou torcendo contra você e essa situação nova da Covid é ruim para todo mundo, tanto para quem assiste em casa, para quem trabalha com futebol, e muito ruim para quem joga. Infelizmente a gente tem que encarar essa situação, mas é um momento totalmente diferente e triste nesse sentido.

Por exemplo, em 1999, foi uma das melhores atmosferas que eu vi em um estádio de futebol, você imagina o Palmeiras recebendo o River com um 3 a 0, como estaria o Allianz Parque, como estaria a Vila Belmiro, nessa empolgação do Santos enfrentando o Boca depois de ter conseguindo empatar em Buenos Aires, e o mesmo vale para o primeiro jogo, Avellaneda ou Monumental com uma atmosfera linda, Bombonera também... Infelizmente é uma situação de momento, que a gente tem que enfrentar, mas que nos causa tristeza, primeiro pela Covid, por essa situação toda que a gente está enfrentando e sinto pelo futebol, que perde bastante sem essa atmosfera do torcedor.

Você parou de jogar no fim de 2014, mas só agora, em 2021, vai iniciar a carreira de treinador. Por que esse tempo todo para começar a nova carreira?
Primeiro para me despir mesmo, para tirar minha carcaça de jogador de futebol, que por si só se torna um ser egoísta, porque tem uma pressão muito grande, você defende muito o seu. Segundo para vivenciar com a minha família esse mundo sem o futebol, sem o cotidiano, e para ter esse tempo para juntar as coisas. Enquanto eu me despia do jogador de futebol, eu fazia os cursos necessários para enxergar o futebol de uma maneira diferente daquela que eu enxergava, de jogador para treinador, para poder enxergar de fora para dentro.

No meio disso apareceu a situação da ESPN, para mim foi bem enriquecedor, porque eu pude estar aí do lado de vocês, conversar com vocês no ar, muitas vezes fora do ar, saber mais ou menos como vocês concluíam, chegavam nos pensamentos, situações simples de dia a dia, como eram feitos os comentários pós-jogo, como eram feitos os comentários em cima de trabalhos dos treinadores... Em paralelo eu estudava, tirava essa carcaça de jogador de futebol, e ainda aprendi um pouquinho do mundo novo, esse mundo do jornalismo esportivo. No meu quarto ano, em 2017/2018, eu me matriculei na licença da CBF e na última hora eu desisti, não era o meu momento, não era a minha hora, mas basicamente foram essas as situações.

Você sempre foi um jogador de perfil mais calmo, mais quieto, principalmente falando com a imprensa, e agora há pouco tempo, como comentarista. Como vai ser o estilo do Alex na beira do campo? Será agitado, com muitos gritos?
​Depende, é uma sequência de como eu fui como jogador, a minha pessoa se tornou jogador e a minha pessoa vai se tornar um treinador, não tem que alterar muito essas situações. Várias vezes, enquanto eu jogava, eu discutia com alguém, eu gritava, outras vezes eu fui mais calmo... A situação é o que molda, então tem horas que realmente você entra em desespero, tem horas que você quer gritar, tem horas que você briga, tem horas que você conversa...

Se eu for te falar hoje, seria meramente hipotético, não vivi nada do lado de fora, tenho que vivenciar isso para saber quais serão as minhas sensações do lado de fora, que serão diferentes de quando você está dentro de campo, lá você corre, você briga, você discute, você tem a bola, você vai para marcar, você busca um espaço... O treinador está preso na área técnica, conversando com o pessoal dele, com os jogadores que estão no banco de reservas junto com a comissão técnica... Então, como vai ser, sinceramente eu não sei, tenho que esperar as coisas acontecerem para ver que tipo de sensação eu vou ter, para em cima dessas sensações eu ter as minhas reações, que eu não tenho como falar quais serão agora, porque ainda não as vivi.

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