Antidoping no MMA: Dr. Marcos Staak sugere a divisão em categorias de “dopados e não dopados”
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O uso de hormônios sintéticos para aumento de performance nos esportes de combate é um tema que costuma gerar debates. De acordo com o médico Marcos Staak, uma alternativa seria dividir as modalidades em dois grupos: um com lutadores que utilizam anabolizantes e outro com os que preferem não fazê-lo. Desta forma, todos sairiam ganhando: tanto o público, quanto os atletas e as organizações.
“O mais correto seria a divisão dos esportes em categorias de ‘dopados e não dopados’, ou 'testados e não testados', aos moldes do que ocorre em algumas federações do powerlifting (levantamento de peso). É o atleta que escolhe em qual divisão quer competir - os testados, sabidamente, serão submetidos aos exames antidoping, e devem estar “limpos” para não serem desclassificados. Os não testados não serão submetidos a qualquer análise, permitindo que esses façam o uso de substâncias ergogênicas, hormonais ou não, para melhoria de performance”, explicou o médico.
Atualmente, a maior organização de MMA do planeta - o UFC - não permite nem mesmo o tratamento de reposição de testosterona (TRT), que foi banido em 2014. Antes disso, atletas como Vitor Belfort, Chael Sonnen e Dan Henderson admitiram fazer uso do tratamento que, de acordo com o Dr. Marcos Staak, não beneficiaria os atletas sem problemas hormonais.
“A TRT visa tratar a deficiência hormonal de testosterona. Pensando em pessoas com deficiência, trazer os patamares hormonais para dentro da normalidade trará benefícios, que são perdidos com a queda hormonal. Pessoas sem deficiência de testosterona, ao optarem por repor, em doses terapêuticas, não terão quaisquer benefícios. Quando falamos em reposição, temos um alvo terapêutico em manter a testosterona na média do intervalo de normalidade, algo em torno de 500 a 700 ng/dL”, relatou.
Acima do nível descrito pelo médico, seriam as chamadas doses suprafisiológicas, que trazem ganhos para o atleta. Deste modo, caso os esportes de combate de alto nível realmente tivessem modalidades com liberação do uso de hormônios sintéticos, provavelmente apareceria uma leva de “superlutadores”.
“Quando fazemos uso de hormônios em doses suprafisiológicas, temos melhoria de força, velocidade, aumento de massa muscular, redução de gordura, e até alterações em aspectos relacionados à saúde mental, como maior irritabilidade, que pode ser muito bem vinda em esportes de combate. Além disso, a capacidade regenerativa do atleta é extremamente potencializada, permitindo uma frequência maior de treinos, treinos mais volumosos e mais intensos, por conta do efeito anti-catabólico dos esteroides”, concluiu.
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