Após perder tudo em um incêndio, Lincon Santos dá a volta por cima e brilha em sua estreia na LFA
Atleta da BTT venceu por finalização na última sexta-feira (11) em seu debute no Legacy Fighting Alliance
Uma das promessas do MMA brasileiro, Lincon Santos estreou com vitória no Legacy Fighting Alliance (LFA) 126, que foi realizado na última sexta-feira (11) na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e segue em busca de seu grande sonho no MMA: chegar ao UFC. Mas por pouco o jovem de 23 anos não interrompeu a sua carreira. Em abril do ano passado, a casa de Lincon pegou fogo e ele perdeu todos os seus bens, além de troféus e diplomas conquistados através de muito suor nas artes marciais. Mas o lutador da Brazilian Top Team não desistiu, levantou a cabeça e aos poucos está reconstruindo tudo o que perdeu. A vitória por finalização sobre Marciano Ferreira ainda no primeiro round, mostrou que Lincon está focado e determinado a alcançar os seus objetivos.
“Há quase um ano perdi tudo o que eu tinha, inclusive meus troféus e certificados que conquistei no mundo da luta. Perdi tudo o que lutei bastante para conquistar. Foi o período mais difícil da minha vida. Muitas coisas se passaram na minha cabeça, perguntava o tempo todo o que seria da minha vida, mas eu jamais perdi a vontade de querer realizar o meu sonho, que é chegar ao UFC. Essa luta foi como um recomeço pra mim, e me mostrou que eu posso ir longe. Entrei apenas com o objetivo de vencer. Cheguei preparado para fazer três rounds duros. Essa vitória rápida no primeiro round foi apenas consequência do trabalho que venho fazendo. Só tenho a agradecer a toda a equipe da BTT, que confia e acredita em mim”, disse Lincon.
O atleta da BTT possui agora um cartel com cinco vitórias e apenas uma derrota. O peso-mosca vem embalado por três triunfos seguidos, mas ainda acha cedo para falar em UFC. Ele quer subir degrau por degrau e fazer uma carreira na LFA antes de assinar com a maior organização de MMA do mundo.
“Acho que ainda é cedo para falar em UFC. Não me vejo neste momento sendo contratado pelo Bellator ou pelo UFC. Eu quero construir a minha carreira aos poucos, passar pelo que tiver que passar, ganhar mais experiência para, quando chegar na “Copa do Mundo”, que é o UFC, estar pronto. A organização da LFA gostou da minha performance e eu espero receber novas oportunidades, pois gostaria de construir a minha carreira dentro da organização”.
Começo nas artes marciais
Nascido e criado na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, Lincon Santos começou nas artes marciais aos oitos anos incentivado por seu pai, que fazia de um par de chinelos havaiana a sua manopla. Com o incentivo paterno, que começou a ensiná-lo para que ele se defendesse na rua, ele foi pegando gosto pelo esporte. Seu pai, que trabalhava como segurança, conheceu um professor de Muay Thai e logo encaminhou Lincon para que ele pudesse crescer no esporte.
“Meu pai me ajudava a superar meus medos de apanhar na rua de outros garotos (risos). Ele me treinava em casa com uma sandália havaiana, que ele fazia de manopla. Eu fazia tudo o que ele mandava (risos). Um dia meu pai foi trabalhar de segurança em uma casa de show e, um amigo dele falou para o meu pai me levar no professor Diego Buchecha. Foi quando comecei no Muay Thai e me apaixonei pelo esporte. Comecei a competir, a evoluir e nunca mais parei. Mas não era meu sonho ser lutador de Muay Thai. Desde novo eu sempre quis lutar no UFC. Eu via os eventos com o meu pai e falava que iria chegar lá e ia dar uma casa para ele. No começo, como eu era muito pequeno, ele ria, mas depois ele acreditou e me apoiou mais do que já me apoiava”, relembrou Lincon.