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Após vitória, Borrachinha crava: ‘Sou o próximo desafiante ao cinturão’

Borrachinha revela que sofreu inúmeras lesões em preparação e diz que, após conversa com Dana, tem a certeza de que será o próximo desafiante ao título no peso-médio

Paulo Borrachinha é atleta peso-médio do UFC
imagem cameraPaulo Borrachinha segue invicto e assumiu o segundo lugar no ranking peso-médio do UFC (FOTO: Divulgação/UFC)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/08/2019
15:10

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Por Mateus Machado

Uma verdadeira guerra. Assim Paulo Borrachinha define seu período de preparação e o duelo contra Yoel Romero, onde saiu vencedor por decisão unânime no card do UFC 241, realizado no último sábado (16). Ao derrotar o segundo colocado no ranking peso-médio, o brasileiro deu um grande salto no ranking da divisão, "roubou" o lugar do cubano na lista e se tornou o principal postulante para disputar o título da categoria, que tem Robert Whittaker como atual campeão linear e Israel Adesanya como campeão interino.

Em entrevista à TATAME, Borrachinha narrou a "tática de guerra" feita em seu camp para o combate diante de Romero. Em três meses de preparação específica, o mineiro, que manteve sua invencibilidade no MMA, agora com 13 vitórias, sofreu sérias lesões durante as sessões de sparring, o que não impediu o lutador de ter um desempenho satisfatório no embate, que foi considerada a "Luta da Noite" pela organização.

- Eu tive três lesões durante o camp, três lesões sérias, pois ao todo foram cinco lesões. Foi um camp muito intenso, animal, selvagem, que machucou não só a mim em várias partes do corpo, mas machucou também todos os nove sparrings que a gente trouxe para me ajudar. Foi uma guerra a nossa preparação. Eu dou graças a Deus por ter conseguido sobreviver ao meu camp - detalhou o brasileiro, que emplacou sua quinta vitória consecutiva pelo Ultimate.

Na entrevista, o atleta de 28 anos contou detalhes de sua visão sobre o combate contra Romero, falou sobre o estilo provocador e "trapaceiro" do adversário e a conversa com Dana White, presidente do Ultimate, que o fez ter certeza de que será o próximo desafiante ao título peso-médio.

Confira a entrevista completa com Paulo Borrachinha:

-Vitória contra Romero e momento de maior dificuldade

Venci o número 2 do ranking e, para mim e para muitas pessoas, é o cara mais difícil de se enfrentar na categoria, que para muitos venceu o campeão Robert Whittaker. Ele tem o status de 'bicho-papão' do peso-médio, mas eu venci. Vencendo ele, eu avalio meu desempenho como muito bom, mas eu tenho certeza que posso melhorar muito mais. Eu cometi algumas falhas, mas sei que posso corrigi-las. O momento de maior dificuldade nos 15 minutos de luta foi quando ele enfiou o dedo no meu olho. Naquele momento, realmente, ficou difícil de saber se a visão iria voltar ao normal ou não. Eu lutei praticamente com a visão de um olho só, porque a visão do meu outro olho ficou muito prejudicada a partir do momento que ele meteu o dedo.

-Você estava certo da vitória quando terminou a luta?

Acho que o Yoel Romero não estava certo da vitória. Quando acabou a luta, ele estava cabisbaixo, e aí depois, passando algum tempo, o corner dele entrou no octógono e pediu para ele levantar a mão e vibrar em sinal de vitória, e aí durante o anúncio do vencedor, ele se mostrou confiante, ou pelo menos tentou se mostrar. Por outro lado, eu tinha certeza da minha vitória, estava certo de ter vencido, no mínimo, o primeiro e segundo rounds, talvez o terceiro, o que me fez ter a certeza da vitória. Eu dominei o centro do cage, todos os meus golpes foram muito contundentes, mais da metade dos golpes do Romero não pegaram, apenas tocaram o meu corpo. Eu e meus treinadores estávamos certos da vitória.

-'Trapaças' e provocações de Romero durante a luta

Lidar com essas trapaças do Romero foi uma coisa que eu já sabia que teria que enfrentar desde o momento que eu recebi a notícia de que teria que lutar com ele. Além dele ser um competidor muito bom, ele tem todas essas artimanhas. Receber uma dedada no olho é muito ruim, pois você precisa ter muita confiança, superação e acreditar no seu trabalho para voltar forte. O chute que eu apliquei não pegou na genitália dele, o Romero simulou aquilo para ganhar tempo, tanto que a luta ficou interrompida por muito tempo. Por fim, o fato dele mostrar a língua para mim enquanto estava sendo golpeado foi um sinal de fraqueza dele. Ele mostrou que estava sendo atingido toda vez que ele mostrava a língua. Eu encarei isso como uma motivação.

-Lesões sofridas durante a preparação

Eu tive três lesões durante o camp, três lesões sérias, pois ao todo foram cinco lesões. Foi um camp muito intenso, animal, selvagem, que machucou não só a mim em várias partes do corpo, mas machucou também todos os nove sparrings que a gente trouxe para me ajudar. Foi uma guerra a nossa preparação. Eu dou graças a Deus por ter conseguido sobreviver ao meu camp. Quem sobreviveu a um camp como eu fiz, sofrendo rodízios de todos os atletas lutando contra mim durante três meses, sobrevive a qualquer um, o Romero passou a ser 'fichinha'. Eu tive uma lesão de uns 40% do meu bíceps esquerdo novamente, pois eu já tinha lesionado esse local, tive uma costela quebrada e outra 'trincada'. Tive lesão no pé, na coxa, mas Deus me abençoou muito e eu conseguir lutar e vencer.

-Próximo desafiante ao título peso-médio

Conversei com o Dana White a respeito dos próximos passos e falei que gostaria de estar na primeira fila assistindo à luta entre o Robert Whittaker e o Israel Adesanya, que acontece em outubro, na Austrália. Ele disse que faz questão que eu esteja lá e agora o futuro a Deus pertence, mas já sabemos que o próximo desafiante ao título sou eu.

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