Brasileiro fala sobre vitória em GP do Bellator: ‘Quero voltar a ser campeão’
Com grande triunfo sobre Andrey Koreshkov, Douglas Lima avançou para as semifinais do GP dos Meio-Médios do Bellator e falou sobre a categoria; veja a entrevista completa
Por Gabriel Carvalho
Douglas Lima teve bastante sucesso em sua primeira luta no GP dos Meio-Médios do Bellator. O brasileiro anotou uma grande vitória por finalização sobre o russo Andrey Koreshkov no Bellator 206, no último dia 29, e avançou para as semifinais do torneio.
Em entrevista à TATAME, Douglas contou sobre a estratégia utilizada para vencer Koreshkov, dando destaque para os chutes na linha de cintura, que machucaram bastante o russo e abriram caminho para a vitória no quinto assalto, através de um mata-leão.
- A estratégia era manter a luta em pé, defender bem as quedas e atacar com chutes. Ele veio com a estratégia diferente, veio de canhoto pra eu não chutar a perna dele da frente, mas acho que facilitou ainda mais, porque chutei bastante o corpo, o braço e ao decorrer da luta, vi que ele foi quebrando as poucos, os golpes estavam encaixando, ele estava se machucando. Vi que ele quebrou o braço depois da luta, machucou a costela também, então acho que os chutes foram bem efetivos. A estratégia era essa; machucar ele em pé e defender as quedas, e foi assim que aconteceu. Eu defendi as quedas bem no primeiro round, vi que mudou a mentalidade ele, aos poucos ele foi se quebrando. Queria terminar a luta por nocaute ou finalização, o importante pra gente é sempre não deixar na mão dos juízes. Se bem que a luta estava ganha já no último round, mas de qualquer jeito, a gente tenta nocautear e finalizar. Muito feliz com a vitória, com o desempenho, saí sem lesão nenhuma e vamos para a próxima agora - disse Douglas, que na semifinal do Grand Prix vai enfrentar o vencedor do confronto entre desafetos Paul Daley e Michael Page.
Além de avançar no GP, o triunfo sobre Koreshkov marcou o fim da trilogia entre o russo e brasileiro com o placar de 2 a 1 para Douglas. Aos 30 anos, ele somou a sua 30ª vitória.
Confira abaixo a entrevista na íntegra com Douglas Lima:
– Críticas por conta da falta de emoção na última luta
Pois é. A galera quer ver a pancada mesmo, mas isso não me incomodou. A luta é complicada, o cara é perigosíssimo. Koreshkov é um dos mais duros da categoria e estávamos trabalhando no clinch ali, né? As vezes não é tão emocionante porque é muito tempo da luta que ficamos no clinch, mas isso não me incomoda, o que importa é vencer a luta. Claro que gosto de luta emocionante, gosto que a torcida fique motivada, não gosto quando vaiam desse jeito, mas a luta parou por 30 segundos e começaram a vaiar, nada que eu podia fazer. Mas eu estava ali pra vencer, a estratégia dele foi querer me amarrar para me cansar, mas ele não conseguiu isso, quem cansou foi ele.
– Estudo para enfrentar um atleta pela terceira vez
Terceira vez que lutamos, com certeza sabemos muito um do outro, mas não facilita, não. Eu sei mais o jogo dele, no treinamento, deu pra ajudar porque eu sabia o que ele iria fazer. Sabia que já machuquei antes com chute e sabia que ele iria evitar isso, ir pra uma luta agarrada. Mas sabíamos o que ele queria fazer, soubemos parar com o nosso jogo. Na vez que perdi pra ele, eu estava lesionado, provei pela segunda vez que com saúde, sem lesão nenhuma, eu conseguiria vencer ele. E essa luta foi a prova que sou superior.
– Implicações da derrota do MacDonald para o Mousasi
Achei estranho. Ele verdadeiramente não estava na luta. Igual ele falou: ‘não estava mentalmente na luta, não apareceu para lutar’. Deu uma parada que não conseguiu fazer nada. Isso sem tirar o mérito do Mousasi, que é um cara duro pra caramba, grande, já lutou com vários nomes, e ele estava confortável ali e fez o que queria. Foi ruim para o Rory. Se ele quisesse uma luta na categoria de cima, tinha que ganhar um GP desses que estamos. Foi ruim pra ele, mas perdeu para um cara duro, um cara de nome, então acho que isso não vai atrapalhar a carreira dele. Só torço para que não esteja com nenhuma lesão séria para poder fazer a luta dele no torneio contra o Jon Fitch. Eu quero que ele lute logo pra andar mais rápido esse torneio, não quero ficar parado e essa luta com certeza atrasou nosso GP. Vai demorar mais por causa dele, torço pela saúde dele, porque quero muito essa revanche com ele, quero enfrentá-lo na final, se ganhar tudo do lado dele, seria o cenário perfeito. Mas enfim, quero ganhar esse GP, seja quem for que eu lute na semi ou na final, eu quero ganhar. Minha motivação é ganhar esse GP e ganhar o cinturão de novo.
– Bellator promovendo lutas de cinco rounds no torneio
Com certeza, concordo com o Bellator que essas lutas de GP tem que ter cinco rounds cada, porque o cinturão está em jogo e eu gosto de lutas de cinco rounds. Tenho mais tempo para fazer nosso jogo. Tem cara que gosta muito de amarrar luta, e três rounds facilita pra esses caras que gostam de amarrar. Em cinco rounds, temos mais tempo pra nocautear e fazer nosso jogo. Eu gosto e concordo. Das minhas últimas dez lutas, umas sete ou oito foram de cinco rounds, então estou confortável, melhorando cada vez mais, meu gás está melhorando, estou mais experiente e sei lutar cinco rounds. Estou me preparando pra próxima luta de título, porque cinco rounds não é brinquedo.
Quer ficar por dentro do mundo da luta? Clique e acesse o site da TATAME!