Brasileiro fatura US$ 2 milhões e celebra grande momento no MMA
Bicampeão em torneio da PFL MMA, brasileiro Natan Schulte fatura US$ 2 milhões num espaço de menos de dois anos, relembra trajetória e conta detalhes de mais uma conquista
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Por Mateus Machado
Campeão da primeira temporada do GP dos Leves da PFL (Professional Fighters League), em 2018, Natan Schulte faturou US$ 1 milhão e viu sua carreira atingir outro patamar. Em 2019, entrou mais uma vez em ação no torneio e, além de defender seu título com maestria, faturou mais uma quantia de 1 milhão de dólares ao derrotar, na grande final do GP, o duro Loik Radzhabov, no último dia 31 de dezembro, por decisão unânime.
Com US$ 2 milhões faturados em um espaço de menos de dois anos, o brasileiro vê sua vida financeira, de fato, resolvida. De maneira cautelosa, o lutador de Santa Catarina pretende investir a quantia obtida, estudando o mercado financeiro para observar as melhores opções. Quanto ao MMA, após realizar cinco lutas em 2019 – um número incomum para atletas de alta performance no esporte -, Natan tem contrato com a PFL para este ano de 2020 e, se nada ocorrer fora dos planos, a tendência é que o atleta defenda novamente seu cinturão.
- Eu não descarto nenhuma possibilidade e nenhuma alternativa, como ir para o UFC ou Bellator. Mas como meu contrato com a PFL se estende até 2020, eu ainda estou lutando por eles. Mas não descarto a ida para outra organização. Agora, tudo é questão de sentar e conversar - disse o lutador da American Top Team.
Confira a entrevista com Natan Schulte na íntegra:
– Você conquistou o GP novamente, faturou mais uma vez US$ 1 milhão. Como avalia seu ano de 2019 como um todo?
Foi um ano muito bom. A gente não pode avaliar somente pelas vitórias. Desde janeiro, se eu tive que operar meu joelho, consegui me recuperar e voltar para lutar num período curto de tempo, acabou dando muito certo. Consegui treinar, voltar a lutar, ter as pausas entre as lutas, não me machucar e consegui fazer as periodizações de maneira muito boa, foi um ano muito positivo. Não só porque eu ganhei o GP, mas porque foi um ano muito bom de treinos, eu consegui evoluir bastante.
– Como é lutar nesse formato de GP e fazer tantas lutas por ano? Esse ano foram cinco…
É muito complicado fazer tantas lutas no ano. E não chega a ser nem em um ano, são basicamente em sete meses. No primeiro ano, em 2018, foram seis meses de campeonato, e agora foi um pouco mais, sete meses. Então, é menos de um ano. É muito complicado se preparar bem para fazer tantas lutas, estar sempre condicionado ao máximo em cada duelo, fazer duas lutas na mesma noite em um evento e no final do ano você fazer mais uma luta de cinco rounds. É muito difícil fazer cinco lutas no ano e se preparar para cada adversário, perder peso, bater peso e lutar no seu auge, fazendo isso cinco vezes no ano. Exige muito da capacidade do atleta, sem contar nos golpes que você recebe. Quando um atleta se machuca muito nas lutas, isso acaba diminuindo mais a resistência dele para as lutas seguintes. Essa minha última luta, por exemplo, foram cinco rounds e ainda bem que foi a última, porque se fosse na temporada regular, antes dos playoffs, seria muito complicado… Não é fácil, temos que avaliar muitas coisas.
– Como você analisa sua vitória na grande final?
Acho que a luta foi de acordo com o que meus treinadores já tinham explicado. A gente já sabia que seria uma luta dura, que o adversário era bom, mas que tínhamos cinco rounds para lutar. Ele foi um cara que, apesar de eu ter chutado bastante, ele conseguiu ir até o final. Foi uma luta muito dura, mas sempre consegui colocar bons golpes. A gente tinha a estratégia de, se passasse do primeiro round, ir ganhando round por round, fazer ele cansar e trabalhar muito os chutes. Deu tudo certo, graças a Deus.
– Quais as diferenças entre o título de 2018 e o de 2019?
Na temporada de 2018, eu era totalmente o ‘azarão’. Em 2018, ninguém me conhecia, não sabiam quem eu era, e eu fui até o final, conseguindo ser campeão, sem ninguém colocar fé. Em 2019, todos já me conheciam e sabiam que eu era um atleta perigoso. O pessoal já tinha estudado o meu jogo, já tinham visto o que eu fazia, só que eu, como campeão, não poderia fazer menos do que eu fiz. Não me acomodei com o que eu fiz. É difícil chegar lá e ser campeão, mas é mais difícil ainda se manter. Procurei pensar nisso e foi o que me deu forças para seguir focado.
– Vida financeira consolidada aos 27 anos
Eu nunca pensei que poderia chegar aos 27 anos sendo campeão e com essas ótimas premiações, mas eu sempre tive muita fé de que, com trabalho duro e com fé em Deus, eu conseguiria chegar, mas eu precisaria ter uma porta aberta, de uma oportunidade. Eu já vinha trabalhando duro, mas eu não imaginava. Eu tinha um sonho, mas Deus tinha preparado uma coisa muito maior para mim.
– Em 2018, você ganhou US$ 1 milhão, em 2019 também. Como pretende utilizar o dinheiro?
Como eu falei no ano passado, eu ando investindo na bolsa de valores, em alguns outros investimentos, ando observando tudo isso. Mas a intenção é fazer esse dinheiro durar por bastante tempo, porque eu vejo que é um presente de Deus para minha vida. O planejamento é fazer esse dinheiro trabalhar para mim cada vez mais.
– Por fim, você pensa em seguir na PFL ou planeja seguir para outra organização?
Eu não descarto nenhuma possibilidade e nenhuma alternativa, como ir para o UFC ou Bellator. Mas como meu contrato com a PFL se estende até 2020, eu ainda estou lutando por eles. Mas não descarto a ida para outra organização. Agora, tudo é questão de sentar e conversar. Acho que o UFC tem um grande público, uma grande história, pela relevância que tem. A questão é que antes de entrar na PFL, eu via a chance de ir para o UFC também por uma questão financeira, e hoje já não preciso mais ver dessa forma, seria mais pelo ‘status’. Mas vamos ver o que o futuro tem a nos trazer.
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