Faixa-preta de Jiu-Jitsu troca medicina por carreira de atleta
Patrick Almeida, que é natural da Zona Oeste do Rio, já morou na Rússia e, atualmente, reside no Havaí (EUA); o lutador contou como decidiu trocar medicina pela luta
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Natural de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Patrick Almeida tem uma história interessante no Jiu-Jitsu. O faixa-preta do professor Everaldo Penco, hoje com 26 anos, quase virou médico antes de tornar-se um assíduo competidor da modalidade popularizada pela família Gracie.
A oportunidade surgiu numa faculdade em Kursk, na Rússia, devido ao bom desempenho de Patrick nos estudos e em seus treinos na academia Team Nogueira, no Rio de Janeiro. Com malas prontas e oportunidades em mãos, o jovem atleta rumou para um país frio sem saber como seria sua nova vida lado a lado dos russos. A seguir, em poucas palavras, ele resume como foi viver um tempo na Rússia.
- Foi incrível viver toda essa experiência na Rússia, as aulas de medicina que eu tive, tudo que passei para chegar aonde estou hoje. Lá, na minha faculdade, tinha aulas de sambo e eu resolvi fazer um treino. Foi algo diferente e eu consegui me sobressair em cima dos russos que estavam na aula. Foi por causa do treino duro que ofereci que ganhei o respeito deles. Eu acabei virando professor lá por conta de um convite da igreja Bola de Neve, que já tinha um interesse em oferecer aulas de Jiu-Jitsu. Graças ao bom trabalho, as turmas foram crescendo e tive a oportunidade de me mudar para uma cidade maior e com mais estrutura de treino - relembra Patrick, antes de comentar porque decidiu trancar a faculdade de medicina.
- Foi acontecendo tudo muito rápido até que, por conta da indicação de um amigo meu, o Mahamed Aly, eu me mudei para São Petersburgo para continuar meus estudos na faculdade federal de lá, treinar e ajudar em outra academia. Conforme eu fui lutando, vencendo a maioria das competições, como o Moscou Open da IBJJF (International Brazilian Jiu-Jitsu Federation), um dos mais disputados do país, a minha vontade de ser atleta de alto rendimento foi aumentando. Foi, então, que eu decidi deixar a medicina de lado por um tempo para viver a minha vida de hoje. Mas ainda pretendo ser aluno outra vez e cursar medicina nos Estados Unidos, mas eu vou precisar de uma bolsa. Cada semestre custa, em média, 60 mil dólares. Além dos meus treinos e competições, eu estou fazendo a certificação de personal trainer e nutrição, além de cursar faculdade de business administration - revela Patrick, faixa-preta há 3 anos, que hoje mora e treina no Havaí.
Nas terras do consagrado lutador BJ Penn, ídolo no Havaí, Patrick tem a missão de treinar e ajudar no crescimento da equipe e dos seus companheiros de treino. O Jiu-Jitsu, por lá, ainda segue visto como algo recreativo, por conta do estilo de vida dos havaianos: - Tecnicamente, o Jiu-Jitsu no Havaí é avançado por influência do BJ Penn, que foi o primeiro campeão mundial americano da IBJJF. Mas, por conta do estilo de vida que eles levam, alguns ainda enxergam o esporte como algo recreativo, na maioria das vezes, e não têm uma veia muito forte para a competição. Na Rússia, por exemplo, aqueles meus alunos não tinham uma técnica de solo tão refinada por conta da introdução tardia do Jiu-Jitsu, mas a maioria dos atletas de lá têm alto nível em Judô e Wrestling, o que fazem os treinos mais explosivos e agressivos. São estilos diferentes, mas os dois são ótimos. Já tivemos bons resultados com a garotada daqui no Pan-Americano Kids e os adultos estão medalhando e vencendo alguns opens - destaca Patrick.
Sem saber o fim da pandemia do novo coronavírus, Patrick traçou seus objetivos para 2021, onde pretende disputar a seletiva do ADCC, maior torneio de luta agarrada do mundo. Para tal, tem treinado com seus companheiro Horlando Monteiro, Scotty Hao entre outros atletas locais de Jiu Jitsu e MMA.
- Tenho treinado forte com Horlando e um com atletas de MMA, sempre dando o máximo com o melhor que eu tenho agora. Estou bem animado com a minha carreira de atleta e vejo que vai dar certo. Quero lutar o ADCC já pensando em fazer a transição para o MMA em dois anos - encerra Patrick, que cresceu treinando com atletas renomados como Anderson Silva, irmãos Nogueira, Junior Cigano e irmãos Pitbull, por exemplo.
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