Gabi Garcia exalta luta contra Do Val no BJJ Stars e admite proximidade da aposentadoria: ‘O corpo cansa’
Gabi Garcia enfrenta Cláudia do Val neste sábado (14), em uma das superlutas da quarta edição do BJJ Stars e, além de falar sobre a expectativa para o duelo, a atleta da Alliance também comentou sobre a possibilidade de se aposentar da arte suave nos próximos anos
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Por Mateus Machado
Multicampeã no Jiu-Jitsu, com nove títulos no Mundial da IBJJF como faixa-preta, além do tetracampeonato no ADCC (maior torneio de luta agarrada do mundo), Gabi Garcia será uma das atrações principais da quarta edição do BJJ Stars, que está marcada para acontecer no próximo sábado (14), em São Paulo. Em superluta diante de Cláudia do Val, a atleta da Alliance voltará a lutar de quimono e fará seu retorno às competições no Brasil, tendo em vista que mora atualmente nos Estados Unidos, onde vem entrando em ação em torneios de lutas casadas, além de comandar sua própria academia, uma filial da Alliance localizada em Eastvale, cidade no estado americano da Califórnia, no condado de Riverside.
Apesar da rotina intensa por conta do seu próprio empreendimento, Gabi já entrou em ação duas vezes em 2020. Primeiro, no mês de maio, quando venceu Kendall Reusing no F2W 142 e manteve o cinturão peso-pesado No-Gi. No início de outubro, pelo evento Who’s Number One, superou Elisabeth Clay na decisão dos jurados. Agora, diante de Cláudia do Val, atual número 1 do ranking da IBJJF (International Brazilian Jiu-Jitsu Federation), Gabi Garcia conversou com a TATAME sobre a expectativa de fazer parte do grandioso card do BJJ Stars.
- Estou muito animada para lutar o BJJ Stars. Um exemplo disso é que eu detesto correr, mas há três meses estou correndo diariamente, porque eu vivo de me desafiar e fazer coisas que estão fora da minha zona de conforto. A primeira vez que eu ganhei dinheiro no Jiu-Jitsu foi em um evento do Fepa (Lopes, organizador do BJJ Stars) e aí juntou o útil ao agradável, porque o Fepa se tornou sócio do Giovani (Decker), que é um amigo meu e um grande empresário. O convite veio em uma boa hora, porque eu já tinha lutado outros eventos, então a expectativa é grande para vestir o quimono, voltar a lutar em casa e ver minha família depois de muito tempo. Aqui nos EUA, estou com minha academia bombando, graças a Deus, estou com outros grandes projetos, tenho outra luta marcada, então tive que conciliar meus treinamentos com e sem quimono. Isso me fez ter um foco ainda maior e estou muito feliz, porque eu nunca ganhei dinheiro da Confederação e hoje tenho a maior bolsa do Jiu-Jitsu, entre homens e mulheres, porque eu vendo PPV e eu visto a camisa do evento - disse Gabi, que falou de sua preparação para enfrentar Do Val.
- Estou totalmente focada para essa luta contra a Cláudia do Val, só penso nisso, só penso em dar um show para os meus fãs. A preparação já vem desde o meio da pandemia, quando lutei pela primeira vez, entrei em ação no Who’s Number One. E aí emendei minha preparação, não parei, estou fazendo três treinos por dia e cuidando da minha academia e outros afazeres ao mesmo tempo. Isso me trouxe uma alegria enorme. Se a luta fosse hoje, eu estaria pronta. Me sinto bem confiante e preparada para fazer uma grande luta e dar o meu melhor para os fãs de Jiu-Jitsu -.
O Jiu-Jitsu competitivo ficou notabilizado pelas competições organizadas pelas Federações do esporte, todavia, nos últimos anos, os eventos de lutas casadas vêm ganhando cada vez mais espaço entre os atletas e, consequentemente, o público que consome a arte suave. Sendo assim, é possível, nesses torneios, acompanhar duelos que não costumam ocorrer nos demais campeonatos de Federações – por questões de chaveamento -, sem contar nas bolsas oferecidas aos lutadores, algo que até pouco tempo não era oferecido na grande maioria dos campeonatos da modalidade. Ao falar sobre o assunto, Gabi Garcia ressaltou a importância do atleta de Jiu-Jitsu saber se promover para, assim, ser recompensado financeiramente de uma forma justa.
- Você recebe pelo o que vende, não importa se é homem ou mulher. Se você entende que é um ‘business’, você tem que receber por isso. A primeira vez que lutei nos EUA, uma luta casada, o meu empresário pediu um valor e o dono do evento falou que nunca tinham pagado esse valor. Meu manager, então, falou: ‘então dá a metade do PPV’. Ele retornou perguntando se a gente tinha certeza que eu iria ‘vender’. Eu lembro que, depois dessa luta, já me chamaram para outra luta e já lutei várias vezes por esse evento. Recentemente, um outro evento me pagou a mesma coisa que o main event da noite e eu sei que vendo bem, tenho acesso aos números, e isso tem um valor. Eu faço as pessoas comprarem, eu entro na mente das pessoas com isso e hoje em dia compreendo como ser uma artista marcial e ser paga por isso. As pessoas podem falar bem ou mal, mas estão pagando e eu estou recebendo. Esses shows (eventos de lutas casadas) trazem um reconhecimento grande ao atleta. Eu não teria mais motivos para estar lutando, minha academia está fazendo sucesso, tenho outros ótimos projetos, e eu estou embarcando nessas lutas casadas pelo reconhecimento e pelo amor ao Jiu-Jitsu, não por valor pago. Mas um fato é que hoje eu recebo mais ou igual aos homens, eu vivi e treinei para isso acontecer - destacou Gabi, que por fim, falou a respeito de uma possível aposentadoria dos eventos de quimono.
- Venho pensando nessa aposentadoria há um tempo. Na verdade, eu tenho muita lenha para queimar, mas estou cansada, meu corpo hoje em dia já não é mais o mesmo, não consigo mais acompanhar. Tenho outras prioridades, mas eu ainda pretendo lutar o ADCC, quero ser a única mulher cinco vezes campeã do ADCC, é um sonho. Também quero ganhar o Mundial no peso e absoluto. São coisas que ainda quero conquistar. Eu queria me despedir do meu público no Brasil de quimono. Infelizmente o BJJ Stars não vai ter público agora, mas espero voltar quando for possível ter torcida e, aí sim, me despedir das pessoas que ajudaram a chegar onde cheguei. Estou feliz, mas temos que saber a hora de parar. Estou há 13 anos no topo do esporte, tentando me reinventar, e uma hora nosso corpo cansa. Novas oportunidades surgem e a gente tem que aceitar que vai envelhecer. Na minha última luta, enfrentei uma menina de 20 anos e eu tenho 28 anos de Jiu-Jitsu (risos). Temos que aceitar a aposentadoria, mas antes disso, vamos em busca desses objetivos no Mundial e ADCC. A aposentadoria está mais perto do que as pessoas pensam - concluiu.
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CARD COMPLETO:
BJJ Stars 4
São Paulo (SP)
Sábado, 14 de novembro de 2020
GP peso-médio
Leandro Lo
Isaque Bahiense
Otavio Sousa
Gustavo Batista
Matheus Diniz
Jaime Canuto
Cláudio Calasans
Luan Carvalho
Superlutas
Gabi Garcia x Cláudia Do Val
Patrick Gaudio x Devhonte Johnson
Dimitrius Souza x Rafael Lovato Jr
Bia Mesquita x Thamara Ferreira
Victor Hugo x Erich Munis
Anna Rodrigues x Amanda Monteiro
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